O Museu Nacional fará novas escavações no Maciço de Baturité para repor peças que perdias em janeiro de 2018 no incêndio do Museu Nacional. Será na comunidade Quilombola do Evaristo, em Baturité.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) inaugurou o Museu Comunitário da Serra do Evaristo, que recebeu o acervo arqueológico resgatado da escavação ali realizada pelo Iphan-CE. Os trabalhos começaram em março de 2012, em um sítio funerário, de onde foram coletados inúmeros vestígios materiais pré-históricos.
Os visitantes do Museu Comunitário da Serra do Evaristo podem conhecer urnas funerárias, machadinhos polidos, fusos, entre outros inúmeros vestígios arqueológicos com mais de 700 anos que compõem o acervo.
O maior diferencial do museu é a preservação do acervo arqueológico in loco, diferente do que ocorre com inúmeros vestígios funerários expostos e depositados em museus do Ceará, sem qualquer informação sobre suas procedências.
As escavações na Serra do Evaristo - As ações realizadas na área pelo Iphan atendem às reivindicações da Comunidade Quilombola da Serra do Evaristo, certificada pela Fundação Palmares.
Um dos grandes destaques do trabalho da equipe, coordenada pelos arqueólogos Igor Pedroza e Cláudia Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi o achado de um esqueleto humano que, de acordo com as observações iniciais do professor Sergio Monteiro, consultor em arqueologia funerária, aponta para um “indivíduo adulto, com mais de 50 anos de idade, de constituição física relativamente robusta, depositado no interior de uma urna funerária em posição sentada e pernas flexionadas”. Com as descobertas arqueológicas está sendo possível estudar os modos de vida das populações que habitaram a área, especialmente aqueles relacionados às práticas funerárias.
Entre os materiais resgatados na Serra do Evaristo estão fragmentos de recipientes cerâmicos, ossos de animais como tatus, lagartos, peixes, pequenos carnívoros e aves. Cinzas e carvões, associados a estes animais nos primeiros sedimentos presentes em uma das urnas, parecem indicar uma deposição intencional dos remanescentes de um ritual, possivelmente um banquete funerário. Pequenas panelas, circunscritas a um sepultamento são também indicativos da realização de rituais.
Além dos arqueólogos e técnicos, as escavações no Sítio Funerário Evaristo contaram com o trabalho dedicado de sete estudantes dos ensinos fundamental e médio, moradores da comunidade Quilombola do Evaristo que atuaram nas atividades de pesquisa e socialização dos resultados. A participação dos alunos foi também motivada pela população local.
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