- Enquanto, em Fortaleza, muitas árvores são plantadas e crescem para, depois, serem cruelmente cortadas, deixando "de lembrança", para a tristeza de quem ama o meio ambiente, apenas tocos secos e sem vida, fincados nas calçadas, há pessoas que, literalmente, demonstram seu amor pela natureza. Literalmente, são pessoas que apoiam, arrimam, ajudam a natureza.
Fotos tiradas, na manhã de domingo (27), Dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro |
Aqui, na Parquelândia ou Amadeu Furtado (não tenho exata certeza de a qual bairro pertence o endereço), temos um claro exemplo de todo esse carinho. Na residência do senhor Francisco Nunes Bastos (Rua Rotary, 401, entre as ruas Dom José Lourenço e General Piragibe), há uma árvore - mais exatamente, um Pau-Brasil - que ali foi plantado há muitos anos e que, com o tempo, cresceu de forma retorcida.
Embora seu tronco seja bastante inclinado, as raízes lhe garantem boa fixação ao solo. Mesmo assim, "seu" Francisco - nascido em Várzea Alegre, no Cariri, em 1951, e que completará 40 anos residindo no bairro, em dezembro próximo- criou uma "muleta" para apoiar melhor a árvore, acrescentando ainda aqueles adesivos refletores usados em ônibus e caminhões para orientar melhor os motoristas, à noite. O dono da casa me disse ainda que já plantou um "filho" do Pau-Brasil no jardim de sua casa e que, em breve, terá duas árvores da mesma espécie no seu imóvel.
O Pau-Brasil (Paubrasilia echinata, seu nome científico), chamado também de ibirapitanga, pau-de-pernambuco, árvore-do-brasil, arabutã, arubatã e pau-vermelho, entre outros nomes, tem flores amarelas, perfumadas e de pequeno tamanho, segundo o dono da árvore me informou. Outrora encontrada por todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, hoje é espécie considerada em extensão em muitas dessas áreas.
Mais um detalhe, portanto, para valorizar todo esse amor e dedicação com que "seu" Francisco cuida dessa árvore, talvez o maior símbolo de amor à natureza que eu, apreciador de árvores e pássaros, do céu e do mar, já encontrei.
A ele, minha homenagem e os aplausos por toda essa prova de carinho, que contrasta, infelizmente, com as atitudes de muitos que, por desconhecimento e ignorância, ou as duas coisas, são contumazes destruidores de árvores em nossa cidade e, infelizmente, em nosso país. Ao senhor, "seu" Francisco, todo o meu respeito e admiração. Ainda há muitos que, da mesma forma que o senhor, apreciam esses belos gestos e todo o seu cuidado. Parabéns!!!
Texto e fotos do jornalista Gilson Barbosa.
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