Com o tema “Cordel, Repente e Forró”, a Casa de Vovó Dedé realiza o II Festival Aralume.
Com o propósito de valorizar e propagar a Cultura Nordestina, o Festival de Música proporciona aos alunos da casa conhecer os instrumentos, a cultura e a história do seu povo. Durante o festival também estão sendo realizados shows com artistas renomados no cenário.
Com muita Música boa e um verdadeiro espetáculo cultural, os shows temáticos apresentam grandes nomes da Música Nordestina como:
- Nonato Lima.
- Chambinho do Acordeon.
- Elcid Lemos.
O próximo show acontece nesta terça-feira (17 de agosto), às 14 horas, com Vanildo Franco. O tema será “Caminhos do Pife”, um espetáculo pautado na sonoridade do Pife e nas muitas conexões que o instrumento estabelece com outros.
A apresentação será uma viagem pela trajetória sonora e Histórica do Pife até chegar ao formato que se conhece atualmente em muitas partes do Nordeste Brasileiro, informa o professor de Música e curador do Festival Aralume, doutor Ewelter Rocha.
- O Pife é um dos instrumentos mais antigos da humanidade e se mantém quase sem muitas mudanças em sua estrutura física, existem relatos da presença desse instrumento em várias partes do mundo e em muitas civilizações tais como a Índia, França, norte de Portugal e nos países que compõem a Cordilheira dos Andes. No Brasil, ele está presente em muitas regiões, mas sua presença é mais marcante no Nordeste, nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará”, explica Ewelter Rocha.
Festival Aralume - O Festival surgiu há cinco anos, quando a Casa de Vovó Dedé iniciou o processo de consolidação de um núcleo de Música Brasileira.
Na ocasião, foram desenvolvidas algumas ações tanto do ponto de vista de formação quanto de criação de grupos. Foi iniciado um trabalho de Ensino de Choro com oficinas de Cavaquinho, Violão de Sete Cordas, Pandeiro e, ao mesmo tempo, foi construído o primeiro grupo de choro da casa, composto por alunos e coordenado por um professor especialista.
Paralelo a isso, começaram a ser realizados trabalhos com Bossa Nova, foram feitos também vários shows com Samba que, posteriormente, virou o programa independente “Brasil Encanto”. Outros trabalhos com Música Nordestina também foram sendo realizados e surgiu o “Sons do Nordeste'', o maior evento de música que a instituição desenvolve e que já está na sua 5ª edição.
- Juntando as iniciativas, resolvemos criar o Festival Aralume, uma iniciativa que congrega além da Música, outras vertentes da cultura nordestina. A gente agrega a Literatura Popular, o Cordel, o Repente e iniciativas também no campo da imagem, como xilogravuras e uma série de ações voltadas para a dança, com folguedos populares. Esse conjunto de ações que eram separadas foram congregadas dentro de um único festival e tornou-se o Festival Aralume, que ocorre durante o ano inteiro com diversas ações dentro dessa mesma temática”, ressalta Ewelter Rocha, curador do Festival.
Do ponto de vista de formação, o Festival Aralume integra todos os núcleos da casa, durante o processo de realização do Festival, os alunos participam na condição de um laboratório de prática com cinegrafistas em formação, técnicos de áudio, produção, fotógrafos e editores, todo esse grupo que participa como aluno, contribui na construção e realização do Festival.
- O Festival Aralume é também um grande espaço de formação, pois os alunos botam realmente a 'mão na massa' e se envolvem nessa troca de experiência com os profissionais, alunos mais antigos e os que estão chegando na casa. Existe uma imersão muito forte na realização do festival”, garante o curador.
Outra vertente importante que o Festival gera é a contribuição para a propagação da música nordestina dentro e fora da Casa de Vovó Dedé. Os alunos começam a conhecer os instrumentos, a cultura, as histórias relacionadas, isso promove uma grande valorização regional que pode ser ecoada para além daquele momento de aprendizado, podendo ser transmitido para a comunidade como um todo.
Atrações de agosto - As outras atrações para o mês de agosto continuam com a cantoria da dupla Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre (quarta-feira, 18) às 14 horas e Luana Florentino (30 de agosto) às 14 horas. Também acontecerão palestras e oficinas como a de Gêneros da Cantoria Nordestina com Geraldo Amâncio (18) às 16 horas e a Caminhos do Pife com Vanildo Franco (segunda-feira, 16 de agosto) às 16h30.
A Casa de Vovó Dedé - A Casa de Vovó Dedé é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 1993 na Barra do Ceará, em Fortaleza. Com a missão de promover o desenvolvimento humano, pessoal e profissional, por meio da Arte, Cultura e Educação de crianças e jovens — com faixa etária entre seis a vinte e nove anos — em situação de vulnerabilidade social, por meio de atividades e projetos totalmente gratuitos.
A instituição que tem a Música como pilar, oferta nesse âmbito dezesseis cursos, entre cordas dedilhadas e friccionadas, sopro e outros. Desenvolve formações de grupos musicais e apresentações buscando sempre a participação dos alunos, professores e convidados, o que contribui para o aperfeiçoamento musical de todos. Colabora para o crescimento de seus alunos e professores, através de eventos elaborados pelos jovens dos diversos setores de atividades da instituição.
Além de promover a disseminação da Arte e Cultura, a Organização da Sociedade Civil (OSC), oferece capacitações na Área da Tecnologia, por meio de oficinas e cursos como: Audiovisual, Animação, Design Gráfico e Fotografia.
Atua como um importante canal de fomento e divulgação da Cultura Cearense através da produtora de audiovisual, do canal no Youtube “TVDD”, da Rádio Vovó Dedé e do Estúdio Casa Animada.
A OSC trabalha com o objetivo de conquistar sua “autosustentabilidade”, construindo caminhos para adquirir os recursos necessários para seu custeio e investimentos, através da comercialização de serviços produzidos pelos jovens egressos das atividades desenvolvidas pela instituição.
Esse modelo permite que toda uma cadeia produtiva gerada pela prestação desses serviços seja remunerada e os recursos excedentes sejam destinados aos trabalhos da casa, gerando assim oportunidades de trabalho e renda a muitos dos jovens assistidos; além de permitir que a instituição sobreviva, cumprindo sua missão, com seus próprios recursos.
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