De julho a agosto deste ano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) Praia do Futuro, em Fortaleza, vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), registrou um aumento de quase dez vezes nos atendimentos de pacientes feridos por Caravelas-Portuguesas - animais que apresentam bolsa de cor púrpura ou azulada e que pertencem ao mesmo grupo das águas-vivas.
De acordo com a coordenadora de Enfermagem da Unidade, Ismênia Marques, em um período de menor reprodução da espécie, a Unidade atende, em média, cinco ocorrências por mês. De julho a agosto deste ano, o equipamento de Saúde chegou a registrar 50 casos.
- Somente no último domingo de agosto, foram 20 ocorrências”, diz Ismênia Marques.
No Ceará, a maior frequência de Caravelas ocorre no segundo semestre, período de ventos fortes que faz com que elas sejam transportadas até a faixa de areia. Com a aparição cada vez maior dos bichos na Praia, também causada pelo aquecimento global e pela pesca predatória, que retira organismos competidores do Ecossistema, aumenta-se o número de banhistas atingidos pelos animais.
Além de possuir uma Região Costeira mais extensa, a Praia do Futuro tem um grande fluxo de pessoas, o que promove um maior risco de acidentes. Até outubro, mês de pico das ventanias, a UPA Praia do Futuro se prepara para receber mais demandas deste tipo.
Queimação e vermelhidão no local - Os principais sintomas, explica a coordenadora médica da unidade, Alessandra Leitão, são dor com sensação de queimação e vermelhidão no local da ferida. -
- Quando chega à UPA, o paciente passa por uma avaliação. Em seguida, o profissional de Saúde faz uma lavagem no local e insere analgésicos. Após isso, o paciente recebe orientações de cuidados para evitar infecção e depois é liberado”, detalha Alessandra Leitão.
Para evitar acidentes, o banhista deve estar atento para não confundir o animal com uma sacola plástica e manter distância do bicho. Crianças merecem atenção redobrada.
Caravela-Portuguesa - A Caravela-Portuguesa é um organismo que não suporta temperaturas baixas. Por isso, é encontrado principalmente em áreas tropicais e subtropicais, além de oceanos e mares cujas temperaturas são bastante quentes.
Como proceder em caso de acidentes com caravelas - Em casos mais simples, o banhista consegue amenizar a dor do ferimento ao lavar o local com água do mar e vinagre, sem esfregar. Compressas com água do mar e com soro fisiológico gelado, que possuem efeito analgésico e impedem que o veneno do animal siga entrando na pele, também aliviam o desconforto.
O ferimento provocado pela Caravela não é queimadura, como muitos pensam, mas um envenenamento da pele causado pelas toxinas liberadas pelos tentáculos do animal, causando dor forte, inchaço e ardência.
Caso a vítima sinta sintomas como vômitos, náuseas, cãibras musculares ou dificuldade para respirar ou engolir, dor no peito ou na cabeça, bem como qualquer reação intensa ou em casos de alergias, é indicado que o banhista procure uma UPA 24 horas ou outra unidade de Saúde mais próxima. Não é recomendado usar sabonete ou álcool na área afetada.
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