A Taça das Favelas 2022 começou nesta sexta-feira (18 de fevereiro) no Ceará. A abertura do torneio foi marcada por um Congresso Técnico, na cidade de Crateús, interior do estado. O evento - considerado o maior torneio de futebol de campo entre favelas do mundo -, aconteceu, no Crea de Crateús, e contou com a presença do ex-jogador da Seleção Brasileira de Futebol e campeão do penta de 2022: Cafu.
Organizada pela Central Única das Favelas (CUFA), a competição é considerada o maior torneio de futebol de campo entre favelas do mundo e tem por objetivo promover a inclusão social de centenas de jovens por meio do esporte, influenciando positivamente a realidade dessas pessoas. Para participar da competição, um dos principais critérios é que os atletas residam em favelas do Estado do Ceará e em cidades próximas à Fortaleza, Crateús, Sobral e Juazeiro do Norte. A expectativa é que o torneio impacte diretamente 8 mil jovens e crianças e, indiretamente, entre 25 e 30 mil.
Na categoria masculina, as equipes deverão ser compostas por jovens nascidos a partir de 2005. Já na categoria feminina, as equipes podem ser compostas por jovens com idade igual ou superior a 14 anos. Serão premiadas as três primeiras equipes colocadas, nas duas categorias. Ao todo, mais de 100 mil jovens já participaram da competição nas edições realizadas em várias cidades do País. Tudo começa nas peneiras internas realizadas nas comunidades e vai até a grande final.
A primeira edição da Taça das Favelas foi realizada em 2012 e, além da premiação, o torneio revela talentos das comunidades. Em 2019, a competição foi realizada em Fortaleza. O Pantanal foi o campeão da categoria masculina e Maria Tomásia levantou a taça na categoria feminina. Na ocasião, o evento contou com a participação de Dunga, capitão da Seleção Brasileira no tetracampeonato da Copa do Mundo, e de Edilson Capetinha, atacante do penta, em 2002.
Com o passar dos anos, a competição ganhou ainda mais destaque no cenário mundial, tendo sua importância reconhecida por grandes craques do futebol nacional como Zico, Júnior, Bebeto e Romário. No Ceará, a competição conta com o patrocínio do Governo do Estado, apoio da Prefeitura de Fortaleza, promoção da TV Verdes Mares e realização da Central Única das Favelas (CUFA) e da Frente de Assistência à Criança Carente (FACC).
Calendário do torneio
- Crateús: 18 de fevereiro - Congresso Técnico/Data dos Jogos: 19 e 20 de fevereiro.
- Sobral: 25 de fevereiro – Congresso Técnico/Data dos Jogos: 26 e 27 de fevereiro.
- Juazeiro: quatro de março - Congresso Técnico/Data dos Jogos: cinco e seis de março.
- Fortaleza: nove de março – Congresso Técnico/Data dos Jogos: 12 e 13 de março - Areninha Campo do América.
- Oitavas de finais: 19 e 20 de março – Areninha Pantanal
- Semifinais: 26 e 27 de março – Areninha Pantanal.
- Grande Final: dois de abril-Areninha Conjunto Esperança.
Sobre a CUFA - Presente há mais de 20 anos nas favelas brasileiras, a Central Única das Favelas (CUFA) promove atividades nas áreas de educação, lazer, esportes, cultura e cidadania, utilizando ferramentas como grafite, DJ, break, rap, audiovisual, basquete de rua, literatura, entre outros. Além disso, promove, produz, distribui e veicula a cultura hip hop, por meio de publicações, discos, vídeos, programas de rádio, shows, concursos, festivais de música, cinema, oficinas de arte, exposições, debates e seminários. É dessa forma que a CUFA promove a integração e a inclusão social.
Entre os principais projetos da instituição, destacam-se: o Hutúz Rap Festival, maior evento de hip-hop da América Latina; a LIBRA, Liga Internacional de Basquete de Rua; e a Taça das Favelas, maior campeonato de futebol entre favelas do mundo.
Durante a pandemia da Covid-19, a CUFA utilizou sua capilaridade para conectar a favela e amenizar ao máximo as dificuldades que os moradores de favela enfrentam. Com o programa Mães da Favela, a instituição entregou cestas básicas, física e digital, e chips com internet gratuita por 6 meses, garantindo assim uma segurança alimentar maior e a educação de muitas crianças, que precisaram migrar para as aulas online. Os benefícios são direcionados às mulheres das favelas que chefiam os seus lares. Por seu conhecimento sobre esses territórios, a CUFA entendeu que, ao apoiar essas mulheres, era possível criar uma rede de proteção muito maior e, com isso, o projeto já atendeu mais de 6 milhões de pessoas.
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