De acordo com os pesquisadores, duas espécies já foram “com certeza extintas do Ceará”: a anta (Tapirus terresitris) e o tatu-canastra (Priodontes maximus).
- Provavelmente, quatro estão extintas: a onça-pintada (Panthera onca), o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o queixada (Tayassu pecari) e as populações nativas de bicho-preguiça (Bradypus variegatus)”, informou o pesquisador da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Hugo Fernandes, coordenador científico da equipe que realizou o trabalho.
O titular da Sema, Artur Bruno, comemorou o resultado do trabalho que vai nortear ações específicas de conservação da biodiversidade no Ceará, destacou os próximos passos e informou que até o final do ano, a lista estará completa.
- Hoje, apresentamos os mamíferos terrestres ameaçados, o próximo passo serão mostrados os mamíferos aquáticos, em seguida as aves e os répteis. Com isso, teremos um norte para políticas específicas de preservação”, disse. A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da Fauna do Ceará – Mamíferos terrestres é o resultado da parceria entre a Sema, a academia e outras instituições da sociedade civil, no âmbito do Programa Cientista – chefe Meio Ambiente (Sema/Semace/Funcap).
Políticas Públicas-Para o coordenador do programa Cientista-chefe Meio Ambiente, Luiz Ernesto Bezerra, a lista vermelha, hoje apresentada é de “fundamental importância” porque permite conhecer o estado de conservação das 128 espécies desses animais, presentes no Ceará, e nos coloca no seleto grupo de estados que podem contar com suas próprias listas vermelhas.
- Isso vai permitir que possamos focar as políticas públicas de conservação naquelas espécies que merecem uma atenção mais urgente, bem como no ambiente em que vivem”, explicou. O Ceará é o terceiro estado do Nordeste a ter a sua própria lista. Bahia e Pernambuco já têm. “Embora exista uma lista nacional, a qual é muito importante, o Ceará não poderia deixar de ter a sua própria lista”, completa.
As listas, local e nacional se unem nesse esforço de conservação. Presente ao evento, a representante do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros, do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio), Mariela Butti, parabenizou o Ceará e destacou o artigo 225 da Constituição Federal.
- Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e cabe ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Damos as mãos, para juntos, atualizarmos a situação das espécies no Brasil. Parabéns!”, afirmou.
Alertas da Lista-Algumas espécies que nem sequer estão ameaçadas em nível nacional estão criticamente ameaçadas no Ceará. É o caso do quati (Nasua nasua) e do caxinguelê (Guerlinguetus brasiliensis),com registros raros e de localização restrita no estado. Ainda na categoria de “Criticamente em Perigo” (CR), encontram-se o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) e o morcego (Chiroderma visottoi).
– A pesquisa aponta 12 espécies na categoria “Em Perigo” (EN) e 8 como "Vulnerável'' (VU). Outro dado preocupante é que cerca de 17% das espécies estão na categoria DD (Dados Insuficientes). Ou seja, espécies que podem estar ameaçadas, mas que não há informações disponíveis para uma avaliação aferida;
– As espécies são classificadas em várias categorias, seguindo uma proposta mundial adotada pela IUCN (International Union for Conservation of Nature) Cada espécie é então avaliada e indicada em uma categoria, tais como “extinta”, “regionalmente extinta”, “criticamente em perigo”, “menos preocupante”, “dados insuficientes”, entre outras.
Lista Vermelha da Fauna do Ceará – Mamíferos terrestres: AQUI
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