A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) através do presidente Rogério Caboclo homenageia a conquista do Tri Mundial no México há 50 anos:
No meu caso, elas começaram em casa, nas conversas com meu pai, um apaixonado pelo esporte e pela Seleção. E foram se consolidando ao longo da vida, com a rara oportunidade de conhecer e conviver de perto com alguns dos heróis do Tri.
Essa convivência ensinou-me a apreciar a dimensão humana desses ídolos. Qualidades pessoais que são indissociáveis do seu gênio como jogadores e que foram fundamentais para transformar um grupo de craques num time coeso e vencedor. Desafiando a sabedoria tática convencional, o mestre Zagallo abriu espaço para um time cheio de “Camisas 10”. Zagallo, uma das pessoas mais inteligentes que conheci, contou com atletas excepcionais. Como o Rei Pelé, símbolo maior do nosso futebol de técnica, luta e capacidade de decidir.
Quando penso no time de 1970, a primeira pessoa que me vem à lembrança é Carlos Alberto Torres, o eterno Capitão. E não apenas pela imagem icônica dele levantando a Jules Rimet. A vida me deu a oportunidade de ser amigo de Carlos Alberto e ouvir dele preciosas lições sobre o futebol e sobre a vida. O Capita representa de forma exemplar a combinação de genialidade e simplicidade que marcou a conquista no México.
Num time com Pelé, Gerson, Tostão, Rivellino e Jairzinho, talvez seja o nosso lateral-direito quem tenha marcado o gol mais bonito da Copa. Um gol no qual quase todo o time teve participação, trocando passes precisos, até a assistência de Pelé e o chutaço de Carlos Alberto. Não poderia haver fecho melhor para um dos maiores jogos da história do futebol.
Capita faz imensa falta. Mas tenho o prazer de contar com a amizade de sua família, a quem não canso de reafirmar a saudade que tenho da convivência e da generosidade com que ele compartilhava as lições que o futebol lhe proporcionou.
A Seleção de 1970 é inesquecível. Naquele 21 de junho, protagonizou ao mundo um show que jamais sairá de nossa memória. E é também uma inspiração para que busquemos sempre mais. O Tetra Campeonato de 1994 e o Penta de 2002 são herdeiros daquele protagonismo, daquela vontade de vencer, de estar sempre à frente em nível mundial. E são essas memórias que nos impulsionam na busca de novos títulos. Para que outros craques possam repetir o gesto de Carlos Alberto e erguer o Brasil ao lugar mais alto do futebol mundial.
Obrigado Carlos Alberto. Obrigado, heróis de 1970.
Rogério Caboclo
- Nasci em 1972, mas tenho memórias do Tricampeonato da Seleção Brasileira em 1970. Pode parecer uma contradição, mas todo brasileiro que gosta de futebol vai entender. Nós, que não tivemos a felicidade de assistir aquele timaço ao vivo, fomos construindo nossas lembranças e laços afetivos com ele aos poucos, ao longo da vida.
No meu caso, elas começaram em casa, nas conversas com meu pai, um apaixonado pelo esporte e pela Seleção. E foram se consolidando ao longo da vida, com a rara oportunidade de conhecer e conviver de perto com alguns dos heróis do Tri.
Essa convivência ensinou-me a apreciar a dimensão humana desses ídolos. Qualidades pessoais que são indissociáveis do seu gênio como jogadores e que foram fundamentais para transformar um grupo de craques num time coeso e vencedor. Desafiando a sabedoria tática convencional, o mestre Zagallo abriu espaço para um time cheio de “Camisas 10”. Zagallo, uma das pessoas mais inteligentes que conheci, contou com atletas excepcionais. Como o Rei Pelé, símbolo maior do nosso futebol de técnica, luta e capacidade de decidir.
Quando penso no time de 1970, a primeira pessoa que me vem à lembrança é Carlos Alberto Torres, o eterno Capitão. E não apenas pela imagem icônica dele levantando a Jules Rimet. A vida me deu a oportunidade de ser amigo de Carlos Alberto e ouvir dele preciosas lições sobre o futebol e sobre a vida. O Capita representa de forma exemplar a combinação de genialidade e simplicidade que marcou a conquista no México.
Num time com Pelé, Gerson, Tostão, Rivellino e Jairzinho, talvez seja o nosso lateral-direito quem tenha marcado o gol mais bonito da Copa. Um gol no qual quase todo o time teve participação, trocando passes precisos, até a assistência de Pelé e o chutaço de Carlos Alberto. Não poderia haver fecho melhor para um dos maiores jogos da história do futebol.
Capita faz imensa falta. Mas tenho o prazer de contar com a amizade de sua família, a quem não canso de reafirmar a saudade que tenho da convivência e da generosidade com que ele compartilhava as lições que o futebol lhe proporcionou.
A Seleção de 1970 é inesquecível. Naquele 21 de junho, protagonizou ao mundo um show que jamais sairá de nossa memória. E é também uma inspiração para que busquemos sempre mais. O Tetra Campeonato de 1994 e o Penta de 2002 são herdeiros daquele protagonismo, daquela vontade de vencer, de estar sempre à frente em nível mundial. E são essas memórias que nos impulsionam na busca de novos títulos. Para que outros craques possam repetir o gesto de Carlos Alberto e erguer o Brasil ao lugar mais alto do futebol mundial.
Obrigado Carlos Alberto. Obrigado, heróis de 1970.
Rogério Caboclo
Presidente da CBF."
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