A Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE) realizou debate virtual “Autismo: um Mundo Azul de descobertas”, no qual o presidente Evandro Leitão (PDT) anunciou a ampliação do Mundo Azul, projeto voltado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) dependentes de servidores e de comunidades do entorno do Parlamento Estadual.
A capacidade de atendimento saltará de 40 crianças para 80 e a idade máxima aumentará de 12 para 16 anos. O presidente da ALCE destacou o trabalho de qualidade que vem sendo feito pela equipe do projeto, que vem mudando a vida de mais de 40 famílias.
- O Mundo Azul é um projeto que abraça crianças e famílias que já enfrentam tantas dificuldades e situações adversas. Essa é uma causa de todos nós”, afirmou Evandro Leitão, apontando para a necessidade de acolher e quebrar preconceitos.
O debate faz parte das atividades da Semana Mundo Azul, que faz alusão ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril).
- É com grande satisfação que realizamos a Semana Mundo Azul, por entender que temos a responsabilidade de chamar a atenção para a temática e propor novas políticas públicas" destacou Evandro Leitão.
Fernanda Pessoa (PSDB) e Érika Amorim (PSD) e Walter Cavalcante (MDB) participaram do evento, parabenizando e reconhecendo a importância do projeto Mundo Azul da ALCE e a relevância do debate sobre o Autismo.
Fernanda Pessoa destacou a necessidade de que as famílias das crianças do espectro autista tenham suporte e apoio e reiterou a necessidade de um censo para criar políticas públicas.
Já Érika Amorim (PSD) comentou a importância do diagnóstico precoce e do apoio às famílias com maior vulnerabilidade para que compreendam o espectro, percebam as potencialidades das crianças e possam ter atendimento adequado.
Socorro França, titular da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Diretos Humanos do Ceará, destacou iniciativas como o Mundo Azul e a relevante marca de cuidar das pessoas que a ALCE promove com o projeto.
O ex-deputado estadual Ferreira Aragão agradeceu o trabalho do projeto Mundo Azul pelo atendimento de seu filho mais novo, destacando o desenvolvimento da criança ao longo do período. Ele também sugeriu que o projeto fosse ampliado para mais regiões do Ceará, podendo fazer a diferença para mais famílias.
DEBATE - A primeira-dama da ALCE e fonoaudióloga, Cristiane Sales Leitão mediou o debate com o médico neuropediatra Sávio Caldas e a fonoaudióloga Raquel Lobo e agradeceu o presidente Evandro Leitão e o coordenador do projeto Bráulio Costa.
Durante o debate, foi enfatizada a importância da intervenção precoce em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), bem como a necessidade de conscientizar a sociedade acerca dessa condição neurobiológica.
Sávio Caldas ressaltou que é preciso explicar à sociedade que o autismo não é doença, e sim uma condição neurobiológica. Ele reiterou que o autista não é doente ou deficiente, mas um indivíduo com um funcionamento diferente dos demais.
- Se a gente tiver esse cuidado de entender que o filho não tem uma doença e sim uma condição, até fortalece no sentido de as intervenções serem mais eficazes”, salientou Sávio Caldas.
O neuropediatra apontou que a intervenção precoce é ainda mais importante do que fechar um diagnóstico.
- Terapia o quanto antes, melhor, porque o cérebro, ainda imaturo, vai amadurecendo, como se estivesse compensando o distúrbio do atraso do desenvolvimento”, explicou. O neuropediatra ressaltou ainda que o modelo adotado pelo projeto Mundo Azul é reconhecido internacionalmente como padrão ouro para intervenções, com equipamentos de última geração e profissionais treinados.
Conforme a fonoáudiologa Raquel Lobo, é comum o fonoaudiólogo ser o primeiro profissional a ser procurado pelas famílias de crianças com TEA. Ela frisou que, na avaliação dessas crianças, é necessário atentar-se para as outras formas de Comunicação, como olhares ou sorrisos, uma vez que a fala é apenas um componente da Comunicação.
- Às vezes, a criança olha, sim, nos olhos, mas não da maneira espontânea ou frequência que a gente esperaria para a idade dela. Muitas vezes, as crianças demoram a ser diagnosticadas porque as habilidades estão presentes, porém em frequência e intensidade menores”, afirmou.
Raquel acentuou que uma equipe capacitada e integrada, como a do Projeto Mundo Azul, faz a diferença no desenvolvimento de qualquer criança ou adolescente autista.
Com informações e foto da Agência de Notícias da ALCE.
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