Morreu Walter Gomes. Um Acidente vascular cerebral (AVC) matou na noite de ontem (8) o jornalista potiguar Walter Gomes, aos 82 anos, em brasília.
Informa a Tribuna do Ceará:
Nove dias atrás, Walter Gomes sofreu um AVC. Durante os dias que ficou internado no Hospital Brasília, ele passou por duas traqueostomias, sem sucesso. Segundo médicos, o estado de saúde do jornalista era irreversível e ele acabou não resistindo às sequelas do acidente.
Nascido em Natal, o jornalista trabalhou na TRIBUNA DO NORTE nos anos 1960, chegando a ser editor-geral em 1964. Outros veículos que ele teve passagem foram O Globo, Tribuna da Imprensa e Jornal Brasil. Walter deixa quatro filhos e a esposa, Emiliana Brandão.
Na TN, sua trajetória começou quando Aluízio Alves o convidou para ser diretor de Redação. Na época, ele era repórter do Jornal do Brasil. Com o convite aceito, ele comandou o grupo de repórteres com Cassiano Arruda, João Batista Machado, Ricardo Rosado, Hamilton de Sá Dantas, e implantou uma revolução nos padrões jornalísticos da época.
Trouxe ao impresso, inovações como: a chamada da primeira página ser uma notícia local, o título sintético e não longo, o texto mais enxuto, o lead com as informações mais importantes da notícia e com uma organização para facilitar o entendimento pelo leitor.
Jornalistas do Estado prestaram homenagens à sua figura. Colunista da Tribuna do Norte, Woden Madruga destacou as inovações que Walter promeveu na TN.
- Walter Gomes tem uma história marcante na imprensa do Rio Grande do Norte. A nova Tribuna do Norte foi reformulada por ele em 1964, a convite de Aluízio Alves. Invocou uma equipe com grandes jornalistas e fez um trabalho importante para a nossa imprensa. Era um bom repórter e tinha um olho para os fatos políticos. Figura agradável e uma pessoa com pose”, falou.
O também jornalista e colunista Vicente Serejo fala que os feitos de Walter foram marcantes para a sua geração.
- Era uma figura interessantíssima, com o texto enxuto e forte, sem adjetivos, muito substantivado. O cara que sabia dizer as coisas com concisão e clareza”. Os dois trabalharam juntos como colunistas do Jornal de Hoje, em Natal.
O jornalista José Wilde conviveu com Walter em Brasília, no Ministério da Administração, quando ele foi assessor especial do então ministro Aluízio Alves, no governo de José Sarney. Wilde falou da admiração que sentia por Walter.
- Foi um grande talento. Teve uma passagem expressiva pelo Correio Braziliense. Era um homem gentil. muito educado. Um lorde para os nossos padrões. Na prática foi na própria redação da TRIBUNA DO NORTE em que revolucionou e formou grandes repórteres como Cassiano Arruda e João Batista Machado”, relembrou.
Em entrevista ao Correio Braziliente, o primogênito Luís Carlos Alcoforado contou, abalado, mas orgulhoso da trajetória do pai, que Walter sempre teve uma saúde sólida, por isso sua morte causou estranhamento. "Nós achamos que foi algo sintomático, em decorrência da covid-19. Meu pai sempre foi um homem saudável e não possuía doenças relacionadas a cardiopatia", explicou.
Carreira - Crítico, dedicado e apegado à realidade governista, entre impressões de páginas jornalísticas e publicações no formato digital, Walter Gomes terminou a carreira sustentando argumentos no blog Walgom — referência às iniciais do nome. Na sua passagem pelo Correio, nos anos 1990, ele assinou a Coluna Brasília/DF.
O drama da jovem senhora, a coação irresistível, o gesto dos necessitados, uma casa sob vigilância, os parceiros da agonia, a crônica do desalento, entre outros, trouxeram o olhar apurado do comunicador para leitores da época. Segundo Luís, o pai amava ser repórter.
- Uma das primeiras colunas do meu pai se chamava Walter Gomes: o repórter. Ele era curioso em relação à política, pela notícia política, pela análise, ele tinha um conhecimento histórico muito profundo sobre a realidade política do Brasil, incluindo todas as regiões. Ele adorava falar sobre os partidos e suas composições", ressaltou.
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