Radialista Cláudio Teran: MORREU LIDUÍNA, A DIVULGADORA-Liduína Alves Leite partiu, aos 74 anos. A impagável! Lidu ganhou a vida divulgando artistas da música no Rádio e na mídia.
A 'Impagável', apelido que eu dei a ela. Divulgar cantores, no tempo da Liduína, era assim: pegar o lançamento musical e leva-lo às Rádios. Ela entregava discos. Só isso? Claro que não!
Com cantores conhecidos era mais fácil, mas Lidu se destacou trabalhando duro para convencer os programadores das Rádios a dar vez a desconhecidos. Com simplicidade, bom humor, lábia e língua solta, tinha uma frase infalível ao ouvir o "quem é esse" de um locutor de
larga audiência ou de um discotecário. - "É o mesmo que o Roberto Carlos foi um dia, até que alguém ouviu o disco e deu uma chance a ele", dizia na lata. Não havia Internet, redes sociais ou smart phones. Rádios tinham um poder quase onipotente para fazer acontecer um artista da música. E Lidu sabia. Então saía de casa com os discos em uma sacola, debaixo do braço. Eram LP's nem existia CD. De ônibus lá vinha ela pedir para tocar os discos dos seus. E aprendeu na tora, levando NÃO e porta na cara, sem se intimidar caso a maltratassem. Era doce e afável, mas que não lhe pisassem os calos. Se preciso ela levantava a voz e se
fazia respeitar sem medo, e se fosse necessário mandava pra PQP e pra casa do 'carvalho' quem fosse. Se não foi a primeira no ofício de divulgar artistas, foi uma das mais antigas desta árdua atividade, bem pouco conhecida do público. Fortaleza era clube do Bolinha, com
uma exceção Lidu a única mulher. Seguramente passou quase 60 anos dentro de rádios, jornais e televisões, e onde houvesse mídias em Fortaleza. Sandra de Sá, Gilliard, Raça Negra,
Harmony Cats, Jessé, Cassiano Costa e incontáveis outros da gravadora RGE, foram divulgados por Liduína. Além dos discos, os artistas viajavam para dar entrevistas, então Lidu rodava
com eles pelos meios de comunicação, nos programas de Rádio e TV. Fez isso pelos anos 1970, 1980, 1990...A quem lhe dizia eita que lá vem Lidu e sua breguice. "Brega é tua mãe, cara",
respondia em sonoras gargalhadas. Outra dela quando a irritavam: "se eu te mandar a merda tu vai agora ou só vai mais tarde"? Certeira. Impagável! A simplicidade dela, somada a forma
sincera como trabalhava lhe fez muito respeitada pela imprensa em geral. Com jeito e amizade, abriu portas em toda a parte. E ajudou um monte de gente a ficar famosa tocando nas "Rádias", como costumava falar. O amor à Música Popular começou quando a menina Lidu se tomou de amores por Jerry Adriani na TV. Com ele Liduina desenvolveu um estilo. Ela se apaixonava de verdade pelos artistas que divulgava, e pelo ato/fato de se identificar com o que eles cantavam para o povão. Foi assim com Carlos Alexandre. Ela tinha devoção pelo potiguar cantor de Feiticeira. Eram amigos. Íntimos. No dia em que ele morreu, a rocha Lidu se
fragilizou em um choro comovente. Os causos dela com outro saudoso, o extravagante Lindolfo divulgador, ainda hoje não podem ser revelados em uma postagem, mas mereciam um livro. Morava no Conjunto Nova Assunção, e na casa dela tomei incontáveis cafés com
bolo e lá conheci seus parentes, irmãos, a Mãe dela, de quem Liduína herdou não só a aparência, mas toda a essência. "Olha se tu não for lá em casa quando a reportagem andar por aquelas bandas tu se prepara, eu me intrigo pra sempre". Há anos não a via, e neste 6 de Maio o Facebook do Vevé Silva me trouxe este triste sucedido. Lidu voou do mundo. 'Eu vivia sozinho sem ter um alguém para me consolar. Vivia sofrendo tristonho da vida somente a chorar. Ela me apareceu e com apenas um toque de sua magia Acabou com a tristeza
Acabou com a tristeza Me trazendo alegria'. TOCA LIDU, TOCA...
Lauriberto, genial sua crônica em tributo a Grande Liduina Leite! Descreve-a na íntegra rsrsrsrs. Descanse em paz, Lidu!✝️
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