Com a Quarentena, as aulas online tornaram-se parte da rotina de muitos brasileiros. A popularização do ensino à distância também foi favorável para a valorização das chamadas startups edtechs, que são empresas que utilizam a tecnologia para criar soluções inovadoras para a Educação. Conforme o mapeamento realizado pela Associação Brasileira de Startups, atualmente o Brasil possui cerca de 449 edtechs.
Projetos como o Programa Corredores Digitais, iniciativa do Governo do Ceará por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), acolhem e fornecem incentivos para o fortalecimento dessas e outras startups de diferentes segmentos.
O agente de Desenvolvimento do Programa, Wesley Lucena, relata que durante as edições do Corredores Digitais já foi possível apoiar soluções cearenses inovadoras para a área da Educação.
- Estas iniciativas vão desde plataformas de aulas gratuitas até games para o desenvolvimento da aprendizagem sobre gestão. É o caso das startups Logistics Game e Irados Games”, afirma.
Para Wesley Lucena, as perspectivas de mercado para esse segmento são promissoras.
- Já existe grande concorrência para as startups de educação, mas o mercado mostra-se amplo e promissor, sobretudo após a grande adesão do Ensino à Distância (EaD). E as possibilidades de criar novas soluções são bem grandes, já que todos querem aprender sobre algo, seja educação básica, técnica, superior ou até mesmo no meio corporativo”, complementa Wesley Lucena.
Conheça as startups edtechs cearenses que participaram do Corredores Digitais:
A Logistics Game é uma iniciativa para ser aplicada em empresas ou instituições de ensino para profissionais em processo de graduação e pós-graduação em gestão. O jogo baseia-se na criação de empresas virtuais que concorrem entre si buscando suprir uma demanda de Mercado. O grande desafio é gerenciar a empresa e seus departamentos, de forma a torná-la competitiva e lucrativa.
Já a Irados Game desenvolve jogos educacionais para facilitar o aprendizado de crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio. “Numbers on the Table” foi um dos jogos criados para facilitar o entendimento da tabuada.
Altus - A startup participante do Programa Corredores Digitais, Altus, lançou no mercado uma plataforma para atendimento à distância com profissionais da área de psicologia, nutrição e educação física. Os profissionais interessados podem se cadastrar neste novo canal sem a necessidade de pagar por uma assinatura, explica Mateus Maia, cofundador e CMO da Altus.
- Em nosso site há uma página voltada para que o profissional se inscreva e forneça informações sobre sua carreira. Assim, entramos em contato para conhecermos melhor cada um deles. Eles não precisam pagar para estar na plataforma. A Altus retém uma pequena parte do valor da consulta para despesas administrativas e todo o restante é repassado para o profissional, dessa forma ele paga apenas por cada consulta realizada”, detalha.
Já são 10 profissionais cadastrados desde a efetivação do site, que ocorreu em fevereiro. O paciente que busca atendimento possui a flexibilidade para escolher entre os horários, como também uma variedade de perfis e preços, que são estabelecidos pelos especialistas cadastrados. A Altus está entre as cinco startups aprovadas para seguirem na terceira fase do Programa Corredores Digitais. Para Mateus Maia, as mentorias oferecidas pelo programa foram primordiais para a concretização do projeto.
- O Corredores Digitais ajudaram por meio do contato com mentorias de diversas áreas, bem como com os workshops, principalmente, voltados para o lançamento e venda do nosso produto. Essas conversas estimularam alguns insights que pudemos aplicar no nosso lançamento. Além, claro, de todo o apoio por parte dos organizadores”.
Link para o site da Altus: https://www.vivaaltus.com/
Sobre o Corredores Digitais - O Corredores Digitais é um programa de inovação voltado para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios em áreas estratégicas da economia do Estado do Ceará, realizado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece). A iniciativa atende projetos inovadores em diferentes fases, de ideação à tração, da pesquisa ao go to Market (Plano de ação tático das etapas para se ter sucesso em um novo mercado ou cliente) e expansão de mercado. Além disso, oferece também acesso a benefícios, como: mentorias, vantagens de empresas parceiras, capacitação e networking.
MVP - O Mínimo Produto Viável (MVP) consiste em testes utilizados para validar uma ideia antes de concretizá-la em produto final. Ele tem o intuito principal de verificar se a solução proposta atende a todas as necessidades do cliente.
Segundo Wesley Lucena, agente de desenvolvimento do Programa Corredores Digitais responsável pela jornada de criação de negócios, a técnica é bastante adotada por startups que ainda estão em fase inicial, para corrigir falhas e captar o máximo de feedbacks.
- É por meio dessa prática que as startups podem, em um curto período de tempo, errar, corrigir, colher feedback e entregar um produto ou serviço com a menor taxa de falha possível. É também com o MVP que uma startup pode chegar à conclusão que aquele produto não é viável e iniciar a idealização de outro serviço. Esse conceito é bastante aplicado às startups participantes do Corredores Digitais que estão em fase inicial”, afirma Wesley Lucena.
O Programa Corredores Digitais, iniciativa do Governo do Estado do Ceará por meio da Secitece para desenvolvimento de negócios, encontra-se atualmente na segunda fase das jornadas Criação de Negócios e Tração de Negócios.
As startups em estágio operacional participam do curso de Validação de Mercado, que visa o desenvolvimento de um MVP, além da implementação de um plano de marketing e vendas. Confira as etapas básicas para a execução do Mínimo Produto Viável:
1 - Entender as dores do seu cliente: nesta fase inicial, podem ser usados formulários, base de dados ou entrevistas para identificar quais as necessidades do seu cliente;
2 - Definir a sua equipe: para a concretização do MVP, é necessário uma equipe que lhe ajude durante todo o processo de definição do produto;
3 - Trace os objetivos: o seu objetivo pode ser criar um aplicativo, e-commerce, melhorar o atendimento. Independentemente de qual seja, ele precisa ser bem definido, e com planejamento de todas as tarefas que devem ser feitas;
4 – Comece/Start: agora que você já sabe a dor real do seu cliente, é hora de pensar em como resolvê-la de forma rápida. Pense, o que você faria para solucioná-la em um dia? Lembre-se que as soluções do MVP são extremamente simples.
5 - Teste e corrija: após finalizado o MVP, é a hora de colocar em prática o que foi feito. É também nessa etapa que você deve identificar as falhas e corrigi-las.
Startups - Se você está integrado ao ambiente das startups, já deve estar bem acostumado com os termos peculiares deste meio. Mas caso ainda esteja iniciando a sua aventura neste universo, um passo importante é conhecer o dialeto próprio destas jovens empresas. O Programa Corredores Digitais, iniciativa do Governo do Ceará por meio da Secitece, tem ajudado milhares de jovens empresários a mergulharem neste universo, para fortalecer a criação de negócios no Estado.
Wesley Lucena listou alguns dos termos que integram este universo.
Antes de tudo, o que realmente significa o termo startup? A nomenclatura é usada para se referir às organizações emergentes que visam desenvolver ou aprimorar um modelo de negócio, que precisa ser financiado em cada fase do seu desenvolvimento. Um dos termos bem frequentes é “aceleradoras”, que são instituições privadas responsáveis por financiar startups.
Além de recurso financeiro, elas oferecem também consultorias, treinamentos e ciclo de relacionamento com outros profissionais do Mercado. Aceleradoras e demais investidores oferecem “aporte”, capital destinado a essas novas empresas para a realização de projetos, lançamento de produtos, infraestrutura, desenvolvimento de tecnologia etc.
Com certeza você já deve ter feito um “benchmarking” mesmo sem saber. Isso acontece quando se busca referências no mercado para a sua empresa. Após feito isso, geralmente é consolidado o “Business plan”, que é o plano de negócios da startup onde reúne o detalhamento da equipe, do produto, metas e projeções financeiras.
Conheça outros termos que fazem parte do glossário das startups:
- Bootstrapping: situação em que o empreendedor não capta recursos de terceiros para financiar o seu Projeto Break-even: o termo significa “ponto de equilíbrio”, que é quando a empresa já tem a capacidade de se custear.
- Business Model CANVAS: método sistemático para captura e listagem de ideias sobre os passos que devem ser dados e sobre os desafios a serem enfrentados para que a startup coloque seu projeto em prática com sucesso,
- Capital de Giro: recursos destinados a manter a empresa operando.
- Captação de Recursos: financiamento adquirido para a startup.
- Coworking: escritórios compartilhados.
- Customer Development: é o teste do mercado com o intuito de identificar quais as variáveis que determinam sua melhor aceitação.
- Crowdfunding: trata-se do financiamento coletivo, mas conhecido como “vaquinha online”.
- Demo day: também conhecido como o dia do pitch, dia da demonstração do produto para possíveis investidores.
- Drag Along: cláusula de contratos societários que se aplicam nas vendas das empresas.
- Due Diligence: blitz para identificar irregularidades na startup.
- Earnout: parte do valor de venda da empresa que se liberam na medida em que os resultados se realizam ou valores pagos aos vendedores em razão das metas atingidas.
- Escalabilidade: capacidade de se replicar um serviço ou produto atingindo-se um grande público, sem perda de qualidade e sem que se promova grandes investimentos.
- Early Stage: startup em fase inicial com até três anos de existência.
- Elevator Pitch: um pitch resumido, em que o empreendedor tem entre 30 segundos e 3 minutos para apresentar sua proposta.
- Franchising: replicação de negócio cujo know how, tecnologia, processos, marca, marketing e o direito de vender seus produtos e serviços é repassado a um franqueado em contrapartida de royalties. Funil de Vendas: método do marketing em que é possível identificar em qual estágio de maturidade está o seu potencial cliente.
- Growth capital: é um tipo de investimento que visa alavancar os resultados de uma startup já consolidada no mercado.
- Growth Hacking: ação de identificar possibilidades e trabalhar sob elas com estratégias e táticas específicas objetivando o rápido crescimento da empresa.
- Hurdle Rate: taxa mínima de retorno de um investimento para que ele possa ser considerado como viável do ponto de vista financeiro.
- Incubadora: possuem o mesmo propósito de uma aceleradora, mas se diferem, pois seu campo de atuação está ligada a área acadêmica ou governamental. Elas não investem financeiramente nas startups, mas ajudam a encontrar aporte. Investidor anjo: é uma pessoa com capital próprio para investir em startups, que aplica o capital financeiro em empresas com grande potencial de negócio.
- Joint Venture: reunião de duas ou mais empresas, com personalidades jurídicas próprias, com o objetivo de explorar determinada atividade econômica, unindo forças e criando sinergia.
- Lean Startup: conceito que exprime a criação de um negócio contendo altíssimo nível de eficiência, eliminação máxima de desperdícios e uso preponderante de tecnologia.
- Love Money: recurso financeiro captado por fontes próximas, como familiares e amigos.
- Métricas: elementos mensuráveis capazes de medir com confiabilidade as tendências de crescimento da empresa em determinados setores.
- MVP: minimum viable product, ou seja, é o produto mínimo viável. Versão mínima do produto ou serviço que se quer inserir no mercado, com as funcionalidades básicas para que cumpra o planejado.
- Patente: título de propriedade de uma invenção, nome ou ideia.
- Pitch: discurso de venda para atrair investidores.
- Product Fit: produto que atendeu plenamente à necessidade do cliente.
- PME: sigla que designa pequenas e médias empresas.
- ROI: return on investment, que significa retorno sobre o investimento. Trata-se basicamente da relação que se faz entre o que se investiu em uma empresa e o lucro que ela oferece ao investidor.
- Royalties: remuneração que o usuário entrega ao proprietário da marca, da patente ou ao franqueador, pela utilização da marca, da patente ou do direito de franquia.
- Seed Capital: investimento capitado pela empresa em sua fase inicial.
- Spin-off: Quando um núcleo de negócio nasce dentro de uma empresa para posteriormente seguir seu rumo sozinho.
- Stakeholders: são as partes interessadas de uma empresa, seja elas: investidores, governo, acionistas etc.
- Tag Alone: mecanismo que permite que minoritários vendam suas participações prioritariamente e nas mesmas condições do controlador.
- Term Sheet: contrato que formaliza todas as condições e termos avançados entre investidores e empreendedores ao longo de suas negociações.
- Validação: comprovação de que o novo negócio está trazendo resultados.
- Venture Capital: é o capital de risco, ou seja, investimento de recursos com retorno incerto, normalmente para dar fôlego a empresas em seus estágios iniciais quando essas se apresentam como promissoras.
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