A crise política administrativa do Haiti aumenta com o assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, de da 1ª Dama, Martine Moïse, nesta quarta-feira (7 de julho) por um grupo armado, que invadiu a casa do casal, na capital Porto Príncipe, nas primeiras horas da manhã.
Moïse, de 53 anos, governava por decreto há mais de um ano, depois que o país não conseguiu realizar eleições, numa crise que levou à dissolução do Parlamento. Não está claro quem está no poder no País atualmente.
O primeiro-ministro interino, Claude Joseph, garantiu que "a situação de segurança no país está sob controle" e condenou o assassinato, que descreveu como "um ato de barbárie".
Didier le Bret, ex-embaixador francês no Haiti, disse à Rádio France 24 que a situação política no Haiti, já volátil, ameaça sair totalmente de controle. Um novo primeiro-ministro, Ariel Henry, deveria ter tomado posse nesta quarta-feira. Segundo o diplomata, como isso não aconteceu, não está claro quem está dirigindo o país.
Crise constante - O Haiti tem uma longa história de ditaduras e golpes de Estado, e a democracia nunca se estabilizou completamente.
O país vive uma forte crise política desde meados de 2018 e enfrentou seu momento mais grave em 7 de fevereiro, data em que Moïse denunciou que a oposição, com o apoio de juízes, tramava um golpe contra ele.
Ao mesmo tempo, o Haiti atravessa uma profunda crise de segurança, agravada desde o início de junho pelas lutas territoriais entre organizações criminosas que disputam controle dos bairros mais pobres de Porto Príncipe
A primeira-dama, Martine Moïse, que está recebendo atendimento médico, também foi baleada no ataque. Seu estado de Saúde não está claro, e mais detalhes sobre o atentado não foram divulgados.
Temor de anarquia - O País ainda tenta recuperar do devastador terremoto de 2010 e do furacão Matthew, de 2016.
A inflação tem aumentado, e faltam alimentos e combustível. No país de 11 milhões de habitantes, 60% vivem com menos de 2 dólares por dia.
A situação levou Moïse a ser acusado de inação e a enfrentar uma forte desconfiança de boa parte da sociedade civil.
Em meio ao temor de anarquia generalizada, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e a Europa apelaram à realização de eleições legislativas e presidenciais livres e transparentes até o final de 2021.
Jovenel Moïse tinha anunciado na segunda-feira (5 de julho) a nomeação do novo primeiro-ministro Ariel Henry, precisamente com a missão de realizar eleições no País.
Com informações da AFP, AP e Rádio França.
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