"O motivo para agradecer hoje são os novos Santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores", afirmou o papa Francisco na cerimônia de canonização de Irmã Dulce, agora Santa Dulce dos Pobres.
Irmã Dulce é Santa. A celebração litúrgica com o rito da canonização reuniu cerca de 50 mil pessoas na Praça São Pedro, em Roma, neste domingo (13). Com o “Anjo bom da Bahia”, foram canonizados também João Henrique Newman, Josefina Vannini, Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e Margarida Bays.
CIRO - "Regozijo-me com a comunidade cristã católica pela proclamação da primeira santa nascida no Brasil! Irmã Dulce deu testemunho da maior das virtudes cristãs, a caridade! Cuidou dos pobres em sacrifício de sua própria vida!", escreveu o presidenciável 2020, Ciro Gomes.
CERIMÔNIA - Os brasileiros viveram emocionados a canonização da Irmã Dulce na Praça São Pedro. A vida e obra da nova santa permanecem vivas na memória dos fiéis, especialmente dos baianos. Presentes na solenidade cantando a obra de Santa Dulce dos Pobres, o cearense Waldonys e a baiana Margareth Menezes.
O cardeal apresentou brevemente a biografia de cada um dos cinco santificados, que foram então declarados santos. Seguiu a ladainha dos santos e o papa leu a fórmula de canonização.
O prefeito da Congregação, sempre acompanhado dos postulares, agradeceu ao papa e o coral entoou o canto do Glória.
Na homilia, o papa Francisco comentou o Evangelho deste 28º Domingo do Tempo Comum, que narra a cura de 12 leprosos.
"A tua fé te salvou" (Lucas 17, 19): este é o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra o caminho da fé. Neste percurso, afirmou o papa, vemos três etapas cumpridas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.
Primeiro, invocar. Assim como hoje, os leprosos sofrem, além pela doença em si, pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados. Eles invocam Jesus "gritando" e o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.
“Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao celular, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se o invocarmos. ”
A fé cresce assim, prosseguiu o papa, com a invocação confiante. “Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.”
Agradecer é a última etapa. Ao leproso curado, Jesus diz: "A tua fé te salvou".
“Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro com Jesus”.
O ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. O papa então questionou:
"Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou encontramos a nossa alegria em dar graças? Agradecer não é questão de cortesia, de etiqueta, mas questão de fé!.
Dizer "obrigado, Senhor", ao acordar, durante o dia, antes de deitar, é antídoto ao envelhecimento do coração.
O motivo pelo qual agradecer hoje são os novos Santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores. Três deles, disse o papa, são freiras, como Irmã Dulce, e mostraram que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo".
Josefina Vannini nasceu em Roma (Itália), em 1859. Aos quatro anos de idade, perdeu o pai e, três anos depois, a mãe. Durante os exercícios espirituais, conheceu o sacerdote camiliano, Padre Luigi Tezza, que reconheceu nela a pessoa indicada para iniciar uma nova Congregação, fundada em 1892, com o nome de Filhas de São Camilo. Madre Josefina faleceu em 1911 e, em 1994, foi beatificada por São João Paulo II.
O milagre que a levou à canonização, refere-se a Arno Klauck, mestre de obras de Sinop (MT), que caiu do terceiro andar enquanto colocava vigas de madeira. Enquanto caía, invocou a intercessão da religiosa, salvando-se, milagrosamente, com apenas alguns hematomas.
Maria Teresa Chiramel Manki-diyan nasceu em 1876, em Puthenchira, estado indiano de Kérala. Recebeu muitas graças místicas de Deus, como visões de Nossa Senhora e de Santos, além dos estigmas de Cristo, em 1909, que sempre manteve em segredo. Em 1914, Maria Teresa fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família. Sofrendo de diabetes, faleceu em 1926. Madre Maria Teresa Chiramel foi beatificada por São João Paulo II, em nove de abril de 2000.
Margarida Bays nasceu em Friburgo (Suíça), em 1815. Filha de agricultores, trabalhou toda a sua vida como costureira. Acometida por um câncer, com a idade de 40 anos, ficou, inexplicavelmente, curada, em oito de dezembro de 1854, dia em que Pio IX proclamou o Dogma da Imaculada Conceição. Margarida teve muitas experiências místicas e experimentou os estigmas. Faleceu em 27 de junho de 1879 e foi beatificada por São João Paulo II, em 29 de outubro de 1995.
A santidade de Irmã Dulce foi destacada dom Rosalvo Cordeiro, na missa das nove da manhã desta domingo (13), no Santuário de Fátima, em Fortaleza.
CAMILO - "O Brasil tem sua primeira santa. E ela é do Nordeste. Irmã Dulce, da Bahia, passa a ser chamada de Santa Dulce dos Pobres. Foi canonizada pelo Papa Francisco hoje, no Vaticano. Exemplo de bondade e fé, que tão bem representa o nosso povo nordestino", postou no Facebook, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT).
CIRO - "Regozijo-me com a comunidade cristã católica pela proclamação da primeira santa nascida no Brasil! Irmã Dulce deu testemunho da maior das virtudes cristãs, a caridade! Cuidou dos pobres em sacrifício de sua própria vida!", escreveu o presidenciável 2020, Ciro Gomes.
FONTE NOVA - No próximo domingo (20) terá grande festa na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA) para destacar Santa Dulce dos Pobres.
A cerimônia na Praça São Pedro, começou com o rito da canonização: o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, acompanhado dos postuladores, foi ao papa Francisco e pediu que se procedesse à canonização dos beatos.
O cardeal apresentou brevemente a biografia de cada um dos cinco santificados, que foram então declarados santos. Seguiu a ladainha dos santos e o papa leu a fórmula de canonização.
O prefeito da Congregação, sempre acompanhado dos postulares, agradeceu ao papa e o coral entoou o canto do Glória.
Na homilia, o papa Francisco comentou o Evangelho deste 28º Domingo do Tempo Comum, que narra a cura de 12 leprosos.
"A tua fé te salvou" (Lucas 17, 19): este é o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra o caminho da fé. Neste percurso, afirmou o papa, vemos três etapas cumpridas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.
Primeiro, invocar. Assim como hoje, os leprosos sofrem, além pela doença em si, pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados. Eles invocam Jesus "gritando" e o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.
“Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao celular, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se o invocarmos. ”
A fé cresce assim, prosseguiu o papa, com a invocação confiante. “Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.”
Caminhar é a segunda etapa. Os leprosos são curados não quando estão diante de Jesus, mas depois enquanto caminham.
“É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cômodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis”.
Outro aspecto ressaltado pelo papa foi o plural dos verbos: “a fé é caminhar juntos, jamais sozinhos”. Mas, uma vez curados, nove continuam pela sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus então pergunta: "Onde estão os outros nove?".
“Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”.
“É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cômodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis”.
Outro aspecto ressaltado pelo papa foi o plural dos verbos: “a fé é caminhar juntos, jamais sozinhos”. Mas, uma vez curados, nove continuam pela sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus então pergunta: "Onde estão os outros nove?".
“Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”.
Agradecer é a última etapa. Ao leproso curado, Jesus diz: "A tua fé te salvou".
“Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro com Jesus”.
O ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. O papa então questionou:
"Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou encontramos a nossa alegria em dar graças? Agradecer não é questão de cortesia, de etiqueta, mas questão de fé!.
Dizer "obrigado, Senhor", ao acordar, durante o dia, antes de deitar, é antídoto ao envelhecimento do coração.
O motivo pelo qual agradecer hoje são os novos Santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores. Três deles, disse o papa, são freiras, como Irmã Dulce, e mostraram que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo".
Conheça os cinco novos santos da Igreja Católica Apostólica Romana canonizados neste domingo:
Irmã Dulce Lopes Pontes - Maria Rita nasceu, em Salvador (BA), em 1914. Tinha seis anos quando sua mãe faleceu. Aos 18, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, onde recebeu o nome de Dulce. Fundou a União dos Trabalhadores de São Francisco, um movimento operário cristão, e o hospital Santo Antônio. Irmã Dulce faleceu na capital baiana em 1992. Foi beatificada em 2011, durante o Pontificado de Bento XVI. O milagre que a levou à canonização é a cura milagrosa de José Maurício Bragança Moreira, que ficou cego por causa de um glaucoma grave. Ao sofrer de conjuntivite, colocou uma pequena imagem da Irmã Dulce sobre os olhos, pedindo a sua intercessão. Quando acordou, voltou a ver de novo. É a primeira santa brasileira.

O milagre que a levou à canonização, refere-se a Arno Klauck, mestre de obras de Sinop (MT), que caiu do terceiro andar enquanto colocava vigas de madeira. Enquanto caía, invocou a intercessão da religiosa, salvando-se, milagrosamente, com apenas alguns hematomas.
Maria Teresa Chiramel Manki-diyan nasceu em 1876, em Puthenchira, estado indiano de Kérala. Recebeu muitas graças místicas de Deus, como visões de Nossa Senhora e de Santos, além dos estigmas de Cristo, em 1909, que sempre manteve em segredo. Em 1914, Maria Teresa fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família. Sofrendo de diabetes, faleceu em 1926. Madre Maria Teresa Chiramel foi beatificada por São João Paulo II, em nove de abril de 2000.

Margarida Bays nasceu em Friburgo (Suíça), em 1815. Filha de agricultores, trabalhou toda a sua vida como costureira. Acometida por um câncer, com a idade de 40 anos, ficou, inexplicavelmente, curada, em oito de dezembro de 1854, dia em que Pio IX proclamou o Dogma da Imaculada Conceição. Margarida teve muitas experiências místicas e experimentou os estigmas. Faleceu em 27 de junho de 1879 e foi beatificada por São João Paulo II, em 29 de outubro de 1995.
Cardeal João Henrique Newman nasceu em Londres (Inglaterra), em 1801. Foi ordenado sacerdote pela Igreja Anglicana tornando-se pároco de São Clemente, em Oxford. Em 1845, Newman converteu-se ao Catolicismo e, alguns anos depois, foi ordenado sacerdote da Igreja Católica. Fundou o Oratório de São Felipe Neri e foi tornou-se cardeal em 1879, com o lema 'O coração fala ao coração'. João Newman faleceu em 11 de agosto de 1880 e foi beatificado pelo papa Bento XVI em 19 de setembro de 2010.
Com informações de Bianca Fraccalvieri, da Vatican News e fotos da Assessoria de Imprensa do Vaticano.
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