Informa o G-1:
- A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que encerrará a produção de veículos em suas fábricas no Brasil em 2021.
No Brasil desde 1919, a Ford manterá apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o Campo de Provas e sua Sede Administrativa para a América do Sul, ambos em São Paulo.
A Montadora mantinha fábricas em:
- Camaçari (BA) e Taubaté (SP) para carros da Ford.
- Horizonte (CE) para jipes da Troller.
No último trimestre de 2021, será fechada também a planta da Troller, em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Com a decisão, os modelos nacionais terão suas vendas interrompidas assim que terminarem os estoques. A empresa garante, porém, que todos os clientes seguirão com assistência de manutenção e garantia.
A partir disso, os veículos comercializados no Mercado Brasileiro passarão a ser importados, principalmente das unidades de Argentina e Uruguai, além de outras regiões fora da América do Sul. Entre os próximos modelos já confirmados pela Ford, estão os novos:
- Transit.
- Ranger.
- Bronco.
- Mustang Mach1.
- A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse o presidente e CEO da Ford, Jim Farley.
- Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", completou Jim Farley.
No ano passado, a Ford vendeu 119.454 automóveis no Brasil, segundo dados da Anfavea. O resultado representou uma queda de 39,2% na comparação com 2019. A queda observada foi maior do que a registrada pelo segmento de automóveis. Em 2020, o tombo foi de 28,6%, para 1.615.942.
Encerramento em São Bernardo do Campo - Também como parte do seu plano de reestruturação global, a Ford encerrou, em 2019, a produção na Fábrica de São Bernardo do Campo (SP), depois de 52 anos atuando na produção de veículos em São Bernardo do Campo. Em outubro, foi concluída a venda da fábrica do ABC paulista para a Construtora São José e com a FRAM Capital.
Como consequência, a marca deixou de vender no Brasil o Fiesta, um de seus modelos de maior sucesso, e abandonou o Mercado de Caminhões no País. A Fábrica da Ford empregava 2.350 funcionários e, desses, apenas mil, que são da área administrativa, foram mantidos.
Em nota, a Companhia afirmou que, entre os potenciais compradores, priorizou durante a seleção os projetos que melhor atendessem às necessidades da região, comemorou a transação e agradeceu aos envolvidos no negócio.
O G1 procurou a Ford para saber quantos funcionários serão afetados pelo encerramento da produção, e aguarda retorno.
Em Taubaté, ao menos 830 funcionários serão demitidos. A Fábrica da Troller, em Horizonte emprega 470 pessoas.
Repercussão - Confira a repercussão da decisão da Ford:
Nota da Fiec - O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, lançou nota:
- É com preocupação que a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) acompanha a divulgação, por parte da Ford Motor Company, do encerramento das operações de manufatura no Brasil.
Tal medida afetará o Estado do Ceará, visto que foi anunciado que a Ford Brasil encerrará a produção na Planta da Fábrica da Troller em Horizonte, Região Metropolitana de Fortaleza, ficando em operação até o quarto trimestre de 2021.
Hoje, 470 colaboradores trabalham diretamente na fábrica na produção do veículo off road, promovendo o desenvolvimento da região.
Assim como o investimento em tecnologia, a geração de emprego e renda é absolutamente relevante para o Ceará, para a indústria, para os cearenses.
A Fiec tomará conhecimento de todos os detalhes da operação e irá acompanhar o caso, trabalhando para o melhor desfecho possível.
Ricardo Cavalcante - Presidente da Fiec".
Nota da Fiesp - A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitiu uma nota:
- A decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil, depois de mais de 100 anos de atividade, é uma triste notícia para o país e um movimento que tem de ser olhado com atenção. A Fiesp tem alertado sobre a necessidade de se implementar uma agenda que reduza o custo Brasil, melhore o ambiente de negócios e aumente a competitividade dos produtos brasileiros. Isso não é apenas discurso. É a realidade enfrentada pelas empresas.A alta carga tributária brasileira faz diferença na hora da tomada de decisões. O custo de cada automóvel produzido aqui, por exemplo, dobra apenas por conta dos impostos - e ainda há governantes que pensam no absurdo de aumentar tributos, como no caso da inacreditável alta do ICMS em São Paulo. Precisamos urgentemente fazer as reformas estruturais, baixar impostos e melhorar a competitividade da nossa economia para atrair investimentos e gerar os empregos de que o Brasil tanto precisa.
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-Fiesp-Assessoria de Jornalismo Institucional".
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