Saiba como tornar festas de mais confortáveis para crianças com TEA.
As festas são momentos de celebração e confraternização, mas para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em especial as crianças, essas datas podem gerar desconforto e ansiedade devido à intensidade dos estímulos sensoriais e mudanças na rotina. Garantir boas condições e ambientes adequados é fundamental para que pessoas com TEA possam aproveitar as festividades de maneira tranquila e segura.
Conforme dados do Integrasus, 12.704 cearenses afirmam pertencer ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, embora as celebrações de fim de ano envolvam alegria e agitação, as comemorações devem garantir também o bem-estar dessas pessoas. Algumas adaptações ajudam a lidar com as sobrecargas sensoriais e a ansiedade que podem surgir durante os eventos.
Para ajudar as crianças a lidarem com esses momentos, é importante criar um ambiente tranquilo, um espaço onde a criança possa se refugiar quando se sentir cansada ou estressada. Pode ser um local silencioso, com brinquedos ou fones de ouvido, proporcionando um alívio para que ela consiga se recompor, sem se sentir sobrecarregada.
Além disso, é necessário que os responsáveis comecem a preparação com antecedência. Utilizar recursos como calendários visuais pode ser uma estratégia eficaz para explicar o que vai acontecer, diminuindo a ansiedade e trazendo maior previsibilidade para a criança.
A alimentação também é um ponto que deve ser observado. É recomendável oferecer os alimentos que a criança já está acostumada, sem forçá-la a experimentar novidades. O mesmo vale para o contato físico: é fundamental respeitar a necessidade de a criança não ser tocada ou abraçada por muitas pessoas, o que pode causar desconforto.
Clarissa Leão, psicóloga e sócia-diretora do Neuropsicocentro (NPC), clínica especializada no atendimento de crianças autistas, destaca que todas as atividades devem ser bem explicadas para as crianças.
- A Comunicação com a criança deve ser clara, simples e objetiva, especialmente nesse contexto com tantas interações sociais. É preciso explicar o que ela pode esperar das situações e como pode se comportar de maneira calma. Tudo isso para ajudar a reduzir a ansiedade e tornar esses momentos mais agradáveis”, pontua.
Clarissa também enfatiza a necessidade de acatar as delimitações.
- É necessário respeitar os limites individuais de cada criança. Caso ela queira um momento sozinha ou deseje se afastar do ambiente, é preciso ter compreensão. Essa criança deve ser apoiada e deixar que, quando se sentir pronta, retorne ao convívio social”, finaliza.
Sobre o Neuropsicocentro: O Neuropsicocentro (NPC) é uma clínica especializada em atendimento multidisciplinar para pacientes até 13 anos com diagnóstico de TEA. A clínica foi criada em 2008 pela psicóloga Silviane Andrade, e, posteriormente, firmada a parceria com a psicóloga Clarissa Leão em 2014. O Neuropsicocentro é pioneiro no estado do Ceará no desenvolvimento de programas de tratamentos especializados para autistas, orientação através da psicoeducação, diagnóstico e suporte terapêutico.
Ao todo, 130 profissionais e colaboradores trabalham em diversas áreas para acolher cerca de 1.000 crianças autistas e seus responsáveis. Junto à sua segunda sede, NPC Life, a clínica atua nas áreas de Psicologia, Supervisão ABA, Neuropsicologia, Psicopedagogia, Psicomotricidade Relacional, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional e Psiquiatria.
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