Um dos homenageados desta edição com o Troféu Eusélio Oliveira, o reitor da Universidade Federal do Ceará, Henry Campos (foto Arlindo Barreto), teve sua trajetória acadêmica e profissional classificada como brilhante e ouviu agradecimentos da organização do evento pelo apoio no fomento à cultura como reitor da UFC.
"Esse troféu é uma grande generosidade. Faço questão de dividi-lo com toda a comunidade da universidade que represento, pois o Cine Ceará é uma grande festa da Universidade Federal do Ceará", disse o professor Henry, que salientou a importância do festival como palco privilegiado do diálogo por meio da arte e da cultura. Ele reverenciou a "figura notável de Eusélio Oliveira, que teve seu trabalho continuado e ampliado por seu filho Wolney Oliveira".
Também homenageado com o troféu ‒ recebido das mãos do ator Fábio Porchat ‒, o ator, humorista e cineasta cearense Renato Aragão (o eterno Didi) provocou sorrisos e olhares de admiração, como tem feito ao longo de toda a carreira. Falou da honra de voltar ao Cineteatro São Luiz, onde esteve presente no dia da inauguração, em 1958, para assistir ao filme Anastácia, a princesa esquecida. "Recebi muitas homenagens na vida, mas essa é especial, porque é na minha terra", disse Renato. Segundo ele, o sonho de fazer humor foi fortemente influenciado pelos filmes que viu de Oscarito (1906-1970), considerado um dos maiores comediantes do Brasil.
Renato falou também das dificuldades para realizar os primeiros filmes, mas comemorou, com orgulho, o fato de hoje ter chegado à impressionante marca de 50 produções. "E já estamos fazendo o 51", anunciou. Ele recordou ainda a época em que se formou bacharel em Direito (título obtido na UFC, no início dos anos 1960), mas disse que o sonho de fazer as pessoas rirem falou mais alto e o fez deixar o Ceará. "Minha vontade é ficar aqui para sempre. Hoje em dia estou no Rio, mas meu coração fica aqui com vocês", despediu-se Renato, que quebrou o protocolo para receber no palco um fã cujo sonho era vê-lo de perto e conseguir foto e autógrafo.
FORMAÇÃO ‒ A noite teve também a apresentação do curta-metragem de animação A vila, produzido por estudantes de escolas públicas de Fortaleza, que participaram de oficinas de cinema através do projeto Enel Compartilha Animação e receberam certificados durante a cerimônia.
GRANDEZA DO CINEMA CEARENSE ‒ Diretor da Casa Amarela Eusélio Oliveira (CAEO) ‒ equipamento cultural da UFC ‒ e organizador do Cine Ceará, o cineasta Wolney Oliveira enfatizou a força do cinema cearense. Segundo ele, o Estado se destaca em toda a cadeia do cinema, seja na formação, com vários cursos em universidades e centros culturais, seja na produção, premiada em vários festivais pelo Brasil afora, seja na difusão, "que tem o Cine Ceará como principal palco". Wolney falou ainda da importância internacional do festival, ao citar que o filme chileno Uma mulher fantástica, que abriu o Cine Ceará de 2017, foi contemplado neste ano com o Oscar de melhor filme estrangeiro.
DOR E EMOÇÃO ‒ A cerimônia foi marcada também por uma homenagem ao cineasta Tito Ameijeiras, falecido na manhã do último sábado. Nascido na Argentina e radicado há décadas no Brasil, Tito era uma das figuras mais queridas do Cine Ceará, no qual desempenhava diversas funções. Sua trajetória de ativismo político contra regimes autoritários e de amor pelo cinema foi enaltecida pela organização do evento, que exibiu uma pequena entrevista com Tito. A cineasta Bárbara Cariry leu, emocionada, uma carta-homenagem de seu pai, o também cineasta Rosemberg Cariry, destinada ao amigo Tito. A noite contou ainda com a exibição do longa O barco, do cineasta cearense Petrus Cariry (também filho de Rosemberg), que economizou palavras, emocionado pela perda do amigo. Tito foi aplaudido pela plateia.
O 28º Cine Ceará segue até o próximo sábado (11).
Com informações da UFC.
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