A variante Delta, predominante na segunda onda de infeções pelo novo coronavírus na Índia, foi detectada em 14 países africanos e impulsiona uma terceira onda de infecções por covid-19 no continente, alertou nesta quinta-feira (24 de junho) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Uma mistura de fadiga e novas variantes está impulsionando esta fase. A variante Delta, que dominou a segunda onda na Índia, foi registrada em 14 países e detectada na maioria das amostras sequenciadas no último mês na República Democrática do Congo e em Uganda", disse a diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti.
Em entrevista coletiva semanal sobre a evolução da pandemia no continente, Matshidiso Moeti lembrou, em Brazzaville, que a covid-19 já causou quase 140 mil mortes na África, que registra mais de 5,3 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus.
- A terceira fase ganha velocidade, espalhando-se mais rapidamente e atingindo [os países] com mais força", acrescentou, considerando o atual cenário "incrivelmente preocupante".
- Com o rápido aumento do número de casos e de relatos de doenças graves, esta nova onda ameaça ser a pior de África até agora", alertou.
A representante da OMS considerou que "a África ainda pode atenuar o impacto dessas infecções em rápido crescimento", mas advertiu: "a janela de oportunidade está se fechando".
Ela reafirmou o apelo urgente para acelerar a vacinação e a necessidade de as populações continuarem a manter medidas de saúde pública que evitem a propagação da doença.
- A África precisa urgentemente de mais milhões de vacinas. Precisamos de um sprint, não de uma maratona, para proteger rapidamente aqueles que enfrentam os maiores riscos. Os casos de covid-19 estão ultrapassando as vacinações, deixando cada vez mais as pessoas perigosamente expostas".
Matshidiso Moeti criticou os países que estão dispensando os períodos de quarentena a quem tem certificado de vacinação, considerando que essa medida vai acentuar as desigualdades.
- Pelo menos 16 países estão suspendendo a quarentena para aqueles que têm certificado de vacinação. Embora seja importante proteger as fronteiras e impedir a propagação da covid-19, deve ser equitativo. Os africanos não devem enfrentar mais restrições porque não podem ter acesso às vacinas", defendeu.
- Fazer da prova de vacinação um pré-requisito para as viagens pode aprofundar as desigualdades, particularmente enquanto as vacinas continuarem com tão escasso fornecimento", destacou.
A pandemia de covid-19 provocou até agora, pelo menos 3,88 milhões de mortes em todo o mundo, resultantes de mais de 179 milhões de casos de infeção diagnosticados oficialmente.
A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Com informações da Agência Brasil.
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