Há três anos consecutivos, Fortaleza registra aumento dos casos de Dengue: de 1.426 em 2019, as ocorrências saltaram para 8.008 em 2020 (aumento de 876%) e cresceram para 13.926 no ano passado (cerca de 74% de alta de um ano para o outro), de acordo com dados do 4º Levantamento de índice Rápido Amostral para Aedes aegypti.
Especialistas alertam para a possibilidade de nova alta de casos ainda mais significativa em 2022, o que pode comprometer o atendimento nos serviços de saúde. Por isso, toda a sociedade deve se empenhar no combate aos focos da doença, inclusive os condomínios, defende Marcus Melo, presidente da Associação das Administradoras de Condomínios do Estado do Ceará (Adconce).
- Estamos orientando que todos os síndicos e suas equipes de gestores e funcionários estejam atentos para evitar pontos de água parada dentro dos condomínios. Por ser um problema que se agrava nesta época do ano, devido às chuvas, todo o cuidado é necessário para impedir o criadouro dos mosquitos transmissores”, observa Marcus Melo.
Uma das primeiras providências a serem tomadas pelos síndicos é fazer uma inspeção geral em todas as instalações do condomínio, inclusive em jardins e áreas comuns, locais propícios para o acúmulo de água, mesmo em espaços reduzidos. “É importante a colocação de telas de nylon nas tampas em ralos internos e externos”, explica o presidente da Adconce, Marcus Melo.
Lucas Rozzoline, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo - Regional Ceará (CAU-CE), destaca a importância da manutenção dos sistemas de escoamento de água dos condomínios. “É preciso verificar como está a limpeza do sistema de captação e escoamento de águas pluviais. Todo o sistema deve estar operante. Para isso, devem ser realizadas a desobstrução e a limpeza de calhas e condutores, caixas de passagem, caixas de captação do sistema pluvial e do sistema de drenagem, que faz a captação da água do subsolo. Caso existam canaletas, elas também devem estar limpas e com o direcionamento para a área correta”, detalha.
Limpeza regular - Wlairton Santos Andrade, gerente geral da Viper Condomínios, observa que os cuidados regulares com a limpeza são fundamentais para impedir a proliferação de mosquitos. “A limpeza das caixas d’água deve ser feita a cada seis meses, no máximo, e ter cuidado com a vedação. Da mesma forma, é importante realizar constantemente a limpeza das calhas. Esses cuidados muitas vezes são deixados de lado”, ressalta.
Equipamentos utilizados no dia a dia do condomínio devem ser contemplados por esses cuidados. Onde há piscina, a água deve ser tratada frequentemente com cloro.
- O manejo correto do lixo, por exemplo, também é muito importante, para que ele não fique acumulado por muitos dias”, destaca Wlairton Santos Andrade, gerente Geral da Viper Condomínios.
Para reforçar todo esse trabalho, o síndico e os gestores do condomínio devem trabalhar em conjunto com os moradores e a vizinhança.
- Essa parceria vai ajudar a levar a informação para dentro dos apartamentos e das casas, pois é fundamental que cada unidade habitacional também esteja livre de focos do mosquito”, ressalta Marcus Melo.
- Quanto ao papel da administradora, cabe dar toda a assistência aos condomínios, incentivando que sejam adotadas todas as medidas de segurança. Sempre orientamos os condôminos a conscientizarem os próprios vizinhos. Porque, no combate à dengue, não adianta o condomínio realizar todos esses serviços e os moradores não colaborarem. O principal ponto é a conscientização de todos que fazem parte do condomínio em questão”, reforça Wlairton Santos Andrade.
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