" Um anjo levou ontem (8) meu irmão. Noé Freire Sandes (fotos). Professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), formou uma geração de historiadores do Centro-Oeste do Brasil. Estudioso dos intricados caminhos da História e da Memória, Noé virou Memória. Deixou um belo legado de pesquisador - Livros, Ensaios, Artigos. Para sempre na Memória dos seus familiares, amigos e alunos. Na mão de Deus. Dia triste. Muito triste", informa o jornalista e professor de Comunicação da Universidade Federal do Cariri (UFCA), José Anderson Freire Sandes.
O velório e sepultamento do professor e historiador Noé Freire Sandes, que morreu nesta terça-feira (8), aos 59 anos, de doença degenerativa, foi realizado nesta quarta-feira (9), no Cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia (GO).
O velório e sepultamento do professor e historiador Noé Freire Sandes, que morreu nesta terça-feira (8), aos 59 anos, de doença degenerativa, foi realizado nesta quarta-feira (9), no Cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia (GO).
O Blog do Lauriberto apresenta a repercussão da morte do professor Noé Sandes nas condolências enviadas ao irmão dele, Anderson Sandes; nas notas da UFG e da Faculdade de História (FH) da UFG; no depoimento do professor Nilson Gomes; e no poema da professora de Literatura Infanto-Juvenil em Goiânia, Soninha Santos:
- Soninha Santos - "Meu amigo. Meu irmão. Meu compadre. A vida sem seu sorriso, suas frases ímpares, seu aconchego ficará mais triste, mais vazia, mais opada. Noé Freire Sandes, o Centenário da Independência perde parte de seu brilho, estudado explicado por você. A Educação perde um professor brilhante, orientador inesquecível. Amigo do peito, meu irmão camarada…Vá feliz e em frente. Sua estrela permanece conosco sempre. Você vai fazer muita falta, meu amigo. Muita mesmo! Adriana, Victor, Ariane, Clara e Isadora… sinto demais por vocês".
- Marlyana Lima - "Sei o quanto você ama sua família. Quanto tem admiração por seus irmãos. Hoje, as palavras não vão abarcar o sentimento. Só queria te dar meu abraço mais fraterno, te oferecer minha solidariedade e dizer que estou pedindo a Deus pra te dar o conforto que só Ele pode nos conceder nessa hora. Muita luz para você e sua família, amigo".
- Ronaldo Salgado - "Amigo, são poucas as palavras; mas verdadeiras e cheias de amor e solidariedade porque bem sei o que Noé representa na sua vida. Sinta-se aconchegado em meu coração com respeito e carinho... Por ele sempre terei respeito pelo professor e servidor público que foi, num país que deseja negar o serviço público. Ele é exímio exemplo profissional, humano e ético! Meu mais respeitoso abraço!
- UFG - "É com imenso pesar que a Universidade Federal de Goiás lamenta o falecimento de Noé Freire Sandes. Professor da UFG desde 1989, o docente se aposentou em 2017 e teve sua trajetória marcada pela dedicação ao conhecimento".
- Faculdade de História - "A Faculdade de História (FH) da UFG destaca o seu notável e rico legado, seja como professor, pesquisador e intelectual, tendo produzido obras já clássicas sobre a história de Goiás e do Brasil. 'É sem dúvidas uma perda inestimável do nosso querido colega e ex-diretor', lamenta o atual diretor da FH/UFG, Eugênio Rezende de Carvalho.
- Nilson Gomes - "Historiador morto na terça-feira, de doença degenerativa, era o compartilhamento em pessoa, a lição em generosidade, a pesquisa como obra. Os tempos estão difíceis e, aqui, a culpa não é do Coronavírus com suas 130 mil mortes e milhões de sequelas. A ruindade atual vem da falta de conhecimento, que o povo sabiamente batizou de burrice. Aposentado com relutância por sofrer de uma doença degenerativa, o professor Noé Freire Sandes talvez tivesse sua dor aumentada ao ler os posts com a intolerância dos idiotas. Nóe Freire morreu nesta terça-feira, 8. Sua ausência deixa o mundo muito pior, assim como suas aulas, suas pesquisas e sua produção intelectual escrita tornaram melhor a convivência entre os divergentes, pois a qualidade do trabalho pacificava a encrenca, mesmo que o objetivo fosse o debate. Em sua arca de alianças caberiam, como couberam, mentes de todas as origens e conclusões. O professor, em vez de doutriná-las, as nutria de conhecimento. Era um homem para se curtir, porque compartilhava. Os tempos estão dificílimos e piorando. Alguns milhares de militantes do nada dividem o Brasil entre os fanáticos por Lula e Bolsonaro, no que chamam de esquerda e direita, sem sequer conseguirem conceituar o que são uma e outra. Os tempos se tornaram mais difíceis e, portanto, piores porque nestes três anos conflagrados o professor Noé Freire Sandes estava forçosamente fora da cátedra. Não sem produzir, claro, pois as conversas entabuladas eram mais frutíferas que a média das teses de doutorado e mestrado pululando por aí — evidentemente, não as por ele orientadas. Ateus e crentes ou essa nova divisão, lulistas e bolsonaristas, precisavam ter mais Noés Freires, menos Robertos Freires; mais historiadores, menos usurpadores da História.
Noé Freire deixa vasta bibliografia, mas faz falta desde que oficialmente entrou na inatividade, ainda que tivesse continuado a espalhar o que aprendeu. Generosamente, em cursos de graduação e pós, dividiu-se em cérebros capazes de o multiplicar. Daqui a uns dias ou décadas, as pessoas abjetas objeto da beligerância atual serão apenas trending topics de uma era em que existiam trending topics, quando vicejou um presidente laranja (caaaaalma, a referência é ao pato Donald Trump). E Noé Freire Sandes continuará sendo citado quando se pretender aval de qualidade a uma criação. Lula e Bolsonaro serão apenas itens para menino odiar como Rodrigues Alves ou Epitácio Pessoa — enquanto houver quem ensine História do Brasil mandando a molecada memorizar lista de autoridades. Todos seriam bem-vindos à socialização (caaaaaalma) da sabedoria também chamadas de aula ou orientação de Noé Freire Sandes. Deixou-nos numa época em que, mais do que sempre, era imprescindível. Felizmente, graças à dedicação nas mais diversas modalidades de salas de aula, é provável que quadros do seu naipe se multipliquem, não desapareçam. Que a cada lulista e bolsonarista fanáticos que surgirem, brotem uma UFG e uma PUC coalhadas de Noés Freires Sandes".
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