À véspera de completar 100 dias de gestão, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), detalha os desafios de governar em meio à pandemia do novo coronavírus. Conter o avanço dos casos e o consequente impacto na área social e econômica tem norteado as ações do Município, relata o médico de 62 anos que encara, no comando da quinta capital do País, uma Crise Sanitária sem precedentes.
- Começamos a vacinar no dia 18 de janeiro e, de lá até agora, a gente está priorizando, com muita razão, o combate direto à pandemia. Eu acordo e termino o dia pensando em salvar vidas”, revelou Sarto (foto Marcos Moura), em conversa com a Equipe de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF), no Gabinete do Paço Municipal.
Este sábado (10 de abril) marca 100 dias de Sarto à frente da PMF. Na entrevista a seguir, o gestor elenca as principais ações de combate à covid-19 na área da saúde, incluindo a vacinação, que já ultrapassou a marca de 400 mil doses aplicadas, e a estratégia de expansão de leitos na rede hospitalar. Enaltece a atuação das equipes de saúde, a quem agradece pela dedicação e empenho para salvar vidas.
O prefeito destaca o trabalho para mitigar os efeitos da crise sobre os fortalezenses. Entre as iniciativas, estão o pacote de proteção social, que promove renda mínima e segurança alimentar para a população mais vulnerável, além do pacote de socorro fiscal e das iniciativas na área da Educação.
De acordo o gestor, há obras de médio e grande porte sendo realizadas em Fortaleza e também em planejamento, incluindo Escolas de Tempo Integral, drenagem e pavimentação, por exemplo. Diante da aproximação do aniversário de Fortaleza, na próxima terça-feira (13 de abril), Sarto manifestou o desejo de trazer de volta a esperança da população.
- Como o senhor avalia esses 100 primeiros dias de gestão?
- Tem sido desafiador. Quando assumi em primeiro de janeiro era uma sexta-feira e, dia quatro, a gente já teve aí um relato de aumento de casos de covid-19. E, junto com isso, a gente evidentemente teve uma impactação na área social e na área econômica. Começamos a vacinar no dia 18 de janeiro e, de lá até agora, a gente está priorizando, com muita razão, o combate direto à pandemia. Eu acordo e termino o dia pensando em salvar vidas.
- A pandemia se impôs como prioridade. Como o senhor tem encarado isso?
- Ampliamos a nossa rede de assistência à covid. Hoje, por exemplo, já entregamos 906 leitos. E temos um total de 1.129 para entregar. Só pra gente ter uma comparação, na crise passada, em 2020, a Prefeitura ampliou a sua rede em 791 leitos. Portanto, nós vamos ampliá-la a mais do que o pico do ano passado em 400 leitos. Além dos leitos, eu quero dizer que Fortaleza é recordista em vacinação. E aqui vai meu reconhecimento e meu abraço. Parabéns a toda a equipe de saúde de um modo geral, desde quem carrega o paciente a quem dirige a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-Samu, ao médico que atende diretamente, à Fisioterapia, todos, todos. Nós conseguimos vacinar em três dias, quase 90 mil pessoas aqui em Fortaleza. Hoje, quando estamos aqui falando, nós não temos mais a primeira dose. Estamos aguardando a remessa do Ministério da Saúde para nós aqui em Fortaleza. Isso mostra a competência que têm as nossas equipes em, chegando a vacina, celeremente a gente vacinar.
- A pandemia tem graves efeitos socioeconômicos. Como a Prefeitura tem atuado para combater esses prejuízos?
- Nós lançamos um Pacote de Proteção Social promovendo renda mínima e segurança alimentar para a população mais vulnerável. São R$ 31 milhões para 392 mil pessoas. Num momento tão grave como esse, temos de lembrar que a saúde da nossa gente depende também de ter comida na mesa. É o mínimo. E também lançamos um pacote de socorro fiscal, que, neste momento, alivia o contribuinte e dá um gás para as empresas se recuperarem.
- E, nesse cenário de pandemia, como a Prefeitura tem atuado na Educação?
- A Prefeitura, paralelamente ao isolamento social, ampliou e reformou Unidades Escolares. Nós equipamos com todos os equipamentos de proteção individual, com os totens de higienização, com bebedouros com distanciamento, com aeração na salas, abrir janelas, e, enfim, com a ampliação de espaços para recreação. A Secretaria de Educação foi ampliando e requalificando essas escolas para que, no momento certo, no momento seguro, a gente tenha o retorno às atividades escolares presenciais. E é uma reivindicação da categoria dos professores que a gente imunize os profissionais de Educação.
- Enquanto isso, os alunos estão em atividades remota. Como estamos nos saindo nessa experiência?
- É importante lembrar que, mesmo durante o Isolamento Social Rígido, os alunos continuam tendo aulas remotas. Há um calendário e uma supervisão. Eu mesmo estive acompanhando com a professora Dalila (secretária municipal de Educação) conteúdos pedagógicos. Evidentemente que o ensino remoto tem as suas peculiaridades. Tem que ter alguém próximo da criança, para estimular e, eu diria, obedecer aquele horário destinado às aulas. A gente está também providenciando para toda essa rede uma cesta básica por mês para cada aluno matriculado. São quase 238 mil alunos que já receberam. E tem kit pedagógico. É fundamental esse kit para o desenvolvimento das habilidades cognitivas do aluno. Já começamos também a entrega dos primeiros tablets e chips pra rede escolar.
- Quais os planos para a retomada econômica da Cidade?
- Aguardando que isso aconteça o mais breve possível com a chegada de vacinas. Nós temos em curso e planejadas obras de médio e grande porte. São escolas de tempo integral, drenagem e pavimentação de zonas extremamente necessitadas, com baixo Índice de Desenvolvimento Humano-IDH. Tão logo a gente possa retomar, Fortaleza certamente voltará em breve a ser um canteiro de grandes obras, obras principalmente para a periferia e nos nossos cartões postais. Nós vamos interligar a Barra à Beira Mar, uma orla belíssima de Fortaleza.
- Fortaleza está aniversariando. Qual presente o senhor daria pra Cidade?
- Devolver a esperança e mais uma vez celebrar a resiliência, a capacidade, eu diria, de ver a vida com muita alegria. O fortalezense tem essa generosidade, essa hospitalidade. Esse jeito cearense, fortalezense de ser, ele será recompensado. Eu desejo a Fortaleza que ela permaneça exatamente como é, inquebrantável perante os desafios, uma verdadeira Fortaleza de sentimentos e de união do seu povo, que é um povo extremamente lutador, guerreiro, aguerrido e que não desiste nunca. A minha mensagem é que a gente, passando essa luta, Fortaleza volte a brilhar e volte a ser o que ela sempre foi, uma cidade linda, belíssima, que nós todos amamos.
- Entrevista concedida à Equipe de Comunicação Social da PMF.
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