O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) lamenta o assassinato de Givanildo Oliveira (Gigi), proprietário do canal virtual de notícias Pirambu News, ocorrido em Fortaleza, na noite da segunda-feira (7 de fevereiro de 2022).
Ao mesmo tempo em que se solidariza com a família da vítima, a diretoria da entidade sindical cobra a apuração do crime, para saber se está relacionado a atuação do comunicador popular.
Gigi era o criador e administrava as redes sociais do canal, que acumulava mais de 73.600 seguidores no Instagram, Facebook, YouTube e no blog de notícias. Nas postagens, ele divulgava matérias contra violência, denúncias e casos que ocorriam principalmente no Pirambu.
Conforme testemunhas, Gigi foi atingido por diversos disparos de arma de fogo (a maior parte no rosto), na esquina da Avenida Doutor Theberge com a Rua Nossa Senhora das Graças. Ele morreu próximo de casa.
A última postagem feita por Gigi nas redes sociais do Pirambu News foi noticiando a prisão de um suspeito de matar duas pessoas no bairro, no domingo (6). O autor do duplo homicídio foi capturado nesta segunda-feira (7), no mesmo bairro que o crime ocorreu.
Entre os anos de 1995 e 2021, ao menos 70 jornalistas e comunicadores foram executados por conta do exercício da profissão no Brasil. A crescente violência contra os profissionais da mídia preocupa o Sindjorce e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que têm defendido a federalização das investigações dos crimes contra a categoria.
Segundo o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – 2021 da Fenaj, no ano passado, foi registrado um assassinato de jornalista, mas a violência contra a categoria segue em níveis elevados, registrando recorde pelo segundo ano consecutivo, desde o início da série histórica, em 1990. No ano que passou, foram 430 casos de violência, dois a mais que os 428 registrados em 2020.
A Diretoria do Sindjorce destaca, ainda, a necessidade de adoção de um protocolo de segurança dos jornalistas que envolva as entidades representativas dos trabalhadores, dos empregadores e as forças de segurança, sejam nacionais, estaduais ou municipais.
A violência contra jornalistas e comunicadores constitui um grave atentado à democracia.
ACI - A Associação Cearense de Imprensa (ACI) lamenta profundamente o assassinato de Givanildo Oliveira, também conhecido como Gigi, e proprietário do canal virtual de notícias “Pirambu News”, ocorrido em Fortaleza, na noite da última segunda-feira (7).
O conteúdo do portal era valorizado pelos moradores da região, pois era um espaço conhecido por dar voz à comunidade, perfil característico de um veículo de comunicação popular, e que agora foi silenciado de forma brutal.
Entre os anos de 1995 e 2021, pelo menos 70 jornalistas e comunicadores tiveram suas vidas interrompidas por conta do exercício da profissão no Brasil, segundo levantamento divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
O número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se elevado em 2021 e, pelo segundo ano consecutivo, foi o maior desde que a série histórica começou a ser feita na década de 1990, de acordo com a Fenaj. No ano que passou, foram 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020.
A censura, ainda de acordo com a Fenaj, chegou a passar a descredibilização da imprensa, violência mais comum nos últimos relatórios, e hoje ocupa o primeiro lugar nos ataques. A maioria das censuras foi cometida por dirigentes da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), aparelhada pelo governo federal.
Diante disso, a Associação Cearense de Imprensa (ACI) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) defendem que todas as entidades representativas de imprensa reforcem um protocolo unificado de segurança para toda a categoria e que os profissionais do ramo apoiem o trabalho de suas entidades representativas por meio de filiação para fortalecer a luta em defesa da vida e da democracia.
- As mortes de quatro pessoas, com outras feridas, no Cariri, bem como do dono de um canal de notícias no bairro Pirambu, em Fortaleza, são inaceitáveis e é preciso a imediata identificação e prisão de todos os envolvidos".
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