A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu nesta quarta-feira (13 de julho de 2022) autorizar a Aplicação Emergencial da Coronavac em crianças de três a cinco anos de idade. O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan.
Durante reunião da diretoria colegiada, em Brasília, por unanimidade, a agência seguiu recomendação das áreas técnicas e autorizou a imunização com duas doses da Vacina, no intervalo de 28 dias. A aprovação vale somente para crianças que não são imunocomprometidas. A Vacina é contra a Covid-19.
Não há prazo para o início da utilização do imunizante no Plano Nacional de Vacinação. A decisão caberá ao Ministério da Saúde.
Para a diretora Meiruze Souza Freitas, da Anvisa, relatora do pedido, a Coronavac está aprovada em 56 países pela Organização Mundial da Saúde (OMS), teve cerca de um bilhão de doses aplicadas e tem contribuído para reduzir mortes e hospitalizações.
- Vacinar crianças de três a cinco anos contra a Covid-19 pode ajudar a evitar que elas fiquem gravemente doentes se contraírem o Novo Coronavírus", explicou.
A faixa etária entre cinco e onze anos começou a ser vacinada em janeiro. Nesse caso, são aplicados os imunizantes da Pfizer (versão pediátrica) e a Coronavac.
Estudos - A decisão foi baseada em diversos estudos nacionais e internacionais sobre a eficácia da Vacina em crianças.
As Pesquisas foram realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Butantan, além de entidades internacionais. Também foram levados em conta pareceres de sociedades médicas e das áreas de Farmacovigilância e de avaliação de Produtos Biológicos da Anvisa.
Um dos estudos clínicos, feito no Chile, mostrou efetividade de 55% da Coronavac contra a hospitalização de crianças que testam positivo para a Covid-19. Além disso, as crianças que participaram dos estudos clínicos apresentaram maior número de anticorpos e menos reações à Vacina em relação aos adultos.
No Brasil, outros dados revelaram que as reações graves após a imunização foram consideradas raras e raríssimas. A conclusão foi obtida após análise de 103 milhões de doses aplicadas no País.
Nesta quarta-feira (13), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em reunião colegiada, a extensão de uso emergencial pediátrico da vacina Coronavac para a faixa etária de três a cinco anos. O esquema vacinal aprovado segue o mesmo protocolo que é aplicado em crianças maiores de seis anos e adultos, com mesma dosagem e intervalo de 28 dias entre aplicações.
Após aprovação pela Anvisa, o Butantan espera agora que o imunizante seja incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, de acordo com a demanda necessária e mediante contratação.
A Coronavac atendeu às necessidades do povo brasileiro nos momentos mais críticos da pandemia de Covid-19, sendo o primeiro imunizante a ser aplicado no país e nas populações mais vulneráveis naquele contexto, os idosos e profissionais da saúde. Agora, a vacina produzida em parceria com a farmacêutica Sinovac poderá ser novamente utilizada para proteção dos mais expostos ao Sars-Cov-2 – especialmente com a circulação de novas variantes mais transmissíveis da Ômicron, que têm causado aumento de casos no Brasil. No país, 15% das internações ocasionadas por Covid-19 são de crianças menores de 5 anos. Além disso, a média de óbitos nesta população é de duas mortes por dia, o que as classifica como o grupo mais vulnerável à doença neste momento.
A eficácia da Coronavac em crianças de três a cinco anos foi comprovada não só por estudos clínicos controlados, como também por dados epidemiológicos do mundo real, que demonstram a sua efetividade. No Chile, uma pesquisa revisada por pares e publicada na Nature, feita com 500 mil crianças, mostrou que o imunizante forneceu proteção de 69% contra internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 64,6% contra hospitalização por Covid-19.
O Chile aplica a Coronavac em crianças de três a cinco anos desde dezembro de 2021 e os dados de farmacovigilância mostram que a vacina foi a mais segura para essa população, apresentando a menor taxa de eventos adversos registrada em relação à outra vacina administrada em crianças no país, de RNA mensageiro. A taxa é maior do que entre os que tomaram a Coronavac, mesmo com um número menor de doses aplicadas (2 milhões contra 4,9 milhões).
Além do Chile, outros países como China, Colômbia, Tailândia, Camboja, Equador e o território autônomo de Hong Kong já administram a Coronavac em crianças de três anos ou mais. O Dossiê Coronavac: Crianças e Adolescentes, lançado pelo Instituto Butantan em janeiro deste ano, reúne outros estudos científicos que dão suporte à aplicação da Vacina na faixa de 3 a 5 anos.
O Instituto Butantan segue trabalhando a serviço da vida e ressalta seu compromisso com a ciência e com a saúde pública de todos os brasileiros.
Com informações da Agência Brasil e foto de Tânia Rego.
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