Fundado, em nove de maio de 1933, nesta terça-feira (nove de maio de 2023), o Ferroviário Atlético Clube (FAC) festeja 90 anos.
- Fundado por humildes trabalhadores em 9 de maio de 1933, no Setor de Locomoção da Rede de Viação Cearense (RVC), o Ferroviário Atlético Clube é a maior expressão esportiva de raízes operárias do Brasil, símbolo da democratização do futebol nacional e precursor do futebol profissional do Ceará.
- São muitas alegrias, conquistas e percalços, naturais a toda gloriosa história. Inúmeros confrontos inesquecíveis contra outros grandes times nacionais e até contra a Seleção Brasileira, em amistoso preparatório para os Jogos Olímpicos de 1968.- Por falar em Seleção, pertenceu ao Ferroviário o primeiro cearense a vestir a camisa amarelinha: Zé de Melo, em 1959. Depois dele, vieram mais, como Mirandinha e Mário Jardel (embaixador coral), ambos formados nas vitoriosas categorias de base do clube. A mesma fábrica que produziu, dentre tantos Ouros da Casa, como:
- Iarley, bicampeão mundial interclubes.
- Pacoti.
- Láercio.
- Wanks.
- Mazinho Loiola.
- Lulinha.
- Edmar.
- Artur.
- Lúcio Sabiá.
- Roberto Cearense.
- Arimatéia.
- Jorge Veras.
- Mirandinha.
A galeria coral já contabiliza mais de 100 conquistas oficiais, entre campeonatos, copas, torneios e taças.
Foi a partir das estradas de ferro que o Brasil se desenvolveu. Foi a partir das estradas de ferro que o Ferroviário Atlético Clube nasceu.
Fundador do Ferroviário, Valdemar Caracas - Vou falar sobre o Ferroviário, precisamente do Ferroviário Atlético Clube. Nascido em 1933, fruto da junção das equipes “Matapasto” e “Jurubeba”, recebeu, na pia batismal, o nome de Ferroviário Football Clube, mas, na confirmação da crisma, fiz substituir o Football por Atlético.
- Antes que me perguntem, vou dar, para vocês, esta explicação primordial. Iniciava-se o ano de 1933, quando a direção da Rede de Viação Cearense autorizou a execução de serviços extraordinários nas oficinas do Urubu, para a reparação de locomotivas, carros e vagões, durante um expediente noturno, que começava às 18 e terminava às 20 horas. Como o expediente normal expirava às 16h25, os operários mais jovens que residiam longe dali (Barro Vermelho, Soure, Otávio Bonfim, Quilômetro 8, Parangaba e Mondubim) resolveram aproveitar a hora de folga para a prática de futebol; na preparação do campo, a relva retirada do espaço a ele destinado, era constituída de mata-pasto e jurubeba.
- A verve operária, que era fértil, escolheu, então, estas plantas medicinais para denominação das duas onzenas que se defrontavam todas as tardes, no campo improvisado. As traves das metas eram roliças, confeccionadas que foram com tubos inservíveis, retirados de caldeiras das “Marias-fumaça”. Com aquele “timezinho” cognominado apenas de Ferroviário, eles, os operários-atletas, ou melhor, pebolistas, foram aos subúrbios onde realizaram partidas amistosas, com real proveito para a harmonia do conjunto, tudo sem qualquer interferência da minha parte.
- Foi, então, que deliberei fazer dele gente, como se diz na gíria. Reuní operários, meus companheiros, promovi sessão com livro para a lavratura de atas, fiz um retrospecto da agremiação que surgia, completei o nome desta e disse-lhes da importância daquela reunião, como fator auspicioso para projeção da classe ferroviária. Era pretensão minha que tal ocorresse a 9 de novembro, quando eu completaria 26 anos, mas o entusiasmo exigiu a antecipação e não perdi tempo, marcando o dia para 9 de maio, exatamente 6 meses antes de 9 de novembro.
- São 9 títulos do Campeonato Cearense, incluindo um invicto em 1968 e o bi de 1994/1995, e 22 vices.
- No Nordeste, foi também vice em 1971.
- Foi um dos primeiros clubes de futebol do Estado do Ceará a disputar uma competição internacional fora do território brasileiro, em 2007, fazendo a final da Polar Cup, no Caribe, contra o FC Utrecht, da Holanda.
- Com 29 participações no Campeonato Brasileiro, o Ferroviário já esteve por 6 anos seguidos disputando a Série A. Campeão Brasileiro da Série D em 2018, tornou-se o primeiro clube da capital cearense a conquistar uma competição de nível nacional.
Foi a partir das estradas de ferro que o Brasil se desenvolveu. Foi a partir das estradas de ferro que o Ferroviário Atlético Clube nasceu.
- Um time raiz.
- Da união de Matapasto e Jurubeba, plantas que davam nomes aos improvisados times dos proletários, nos intervalos dos expedientes, surgiu o Ferroviário Atlético Clube.
- Um time, literalmente, raiz.
- Um time de primazias. O primeiro a contratar um jogador profissional no Estado. Um negro.
- O primeiro a fazer um jogo noturno. O primeiro a ter um atleta revelação convocado para a Seleção Brasileira. O primeiro a ter um estádio próprio.
- O primeiro campeão brasileiro da capital cearense.
- Um clube humilde, que nunca gozou de regalias, mas que apresenta enorme vitalidade.
- Consolidado como a maior expressão esportiva de raízes operárias do país.
- O mais vitorioso e bem-sucedido time ferroviário de todos os tempos.
- É tradição, não é moda.
- Uma paixão que se perpetua de pai pra filho como um bem de família que vale mais que qualquer patrimônio material.
- Qual o torcedor coral que nunca ouviu carinhosamente de um ente querido que o Ferroviário é a sua cara?
- É por essas e outras que ele é eterno.
- Todos têm um time. Só nós temos o Ferroviário.
- Um time de fiéis. Não importa a situação, uma legião estará sempre a te seguir.
- Não vivemos de vitórias. Vivemos de Ferroviário.
- É assim o nosso livro dos tempos, marcado, às vezes, por contos de dor, angústia e sofrimento, mas que no final fazem valer a pena torcer por um time totalmente diferente dos que têm a preferência dos noticiários esportivos.
- Experimente o amor que é torcer Ferroviário.
- É de pai pra filho, lembra? E filhos que não gostam de nutella.
- É bom demais ser Ferroviário!!
- Parabéns, amor da vida de milhares de pessoas.
- Feliz 90 anos, Tubarão da Barra!!
1938-1º REGISTRO FOTOGRÁFICO DO FERROVIÁRIO-Em pé: José Severiano Almeida (diretor), Oscar Carioca, Procópio, Adelzirio, Dudu, Bitonho, Zeca Pinto (atacantes), Valdemar Caracas (técnico) e Alberto Gaspar de Oliveira (diretor); Agachados: Baiano, Zimba, Boinha (médios), Zé Felix e Popó (zagueiros); Sentados: Gumercindo e Puxa-faca (goleiros)
- Antes que me perguntem, vou dar, para vocês, esta explicação primordial. Iniciava-se o ano de 1933, quando a direção da Rede de Viação Cearense autorizou a execução de serviços extraordinários nas oficinas do Urubu, para a reparação de locomotivas, carros e vagões, durante um expediente noturno, que começava às 18 e terminava às 20 horas. Como o expediente normal expirava às 16h25, os operários mais jovens que residiam longe dali (Barro Vermelho, Soure, Otávio Bonfim, Quilômetro 8, Parangaba e Mondubim) resolveram aproveitar a hora de folga para a prática de futebol; na preparação do campo, a relva retirada do espaço a ele destinado, era constituída de mata-pasto e jurubeba.
- A verve operária, que era fértil, escolheu, então, estas plantas medicinais para denominação das duas onzenas que se defrontavam todas as tardes, no campo improvisado. As traves das metas eram roliças, confeccionadas que foram com tubos inservíveis, retirados de caldeiras das “Marias-fumaça”. Com aquele “timezinho” cognominado apenas de Ferroviário, eles, os operários-atletas, ou melhor, pebolistas, foram aos subúrbios onde realizaram partidas amistosas, com real proveito para a harmonia do conjunto, tudo sem qualquer interferência da minha parte.
- Foi, então, que deliberei fazer dele gente, como se diz na gíria. Reuní operários, meus companheiros, promovi sessão com livro para a lavratura de atas, fiz um retrospecto da agremiação que surgia, completei o nome desta e disse-lhes da importância daquela reunião, como fator auspicioso para projeção da classe ferroviária. Era pretensão minha que tal ocorresse a 9 de novembro, quando eu completaria 26 anos, mas o entusiasmo exigiu a antecipação e não perdi tempo, marcando o dia para 9 de maio, exatamente 6 meses antes de 9 de novembro.
- Parti, então para a nova missão, aproveitando as horas disponíveis da minha atividade funcional. Fui tudo no Ferroviário, menos presidente, porque nunca quis sê-lo. Fui pai, mãe, babá e, sobretudo, seu educador, disciplinando-o, pois a equipe suburbana era useira e vezeira em tomar o apito do árbitro, quando a decisão deste não lhe fosse agradável. Acabei com essa prática danosa ao seu comportamento, o time se fez clube, cresceu e está aí, vencendo os tropeços e dando alegrias a todos nós, seus torcedores".
HINO: Eis o Hino do FAC
- Salve, Salve FAC.
- É o time dos maiorais.
- E é Ferroviário Atlético Clube.
- O dono das iniciais.
- Somos companheiros inseparáveis.
- Na alegria e na tristeza.
- Com esse vermelho, preto e branco.
- Que traz o símbolo da beleza.
- Vamos marchar para a luta.
- Continuar nossa jornada.
- Não enxergamos sacrifício.
- Enfrentamos qualquer parada.
- O Ferrim foi e será.
- O maior do Ceará!
Com informações e fotos do ferroviario.com.br
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