Atlas Global da Seca é lançado na ICID 2025 para ampliar resiliência e estratégias de adaptação.
Painéis reforçam importância do engajamento social em políticas de CT&I e apresentam ferramentas globais para adaptação e gestão sustentável diante da Seca.
A programação da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 2025) trouxe dois momentos de destaque: o painel Participação social em ciência, tecnologia e inovação e sinergias entre as convenções do Rio, realizado pela manhã, e o lançamento do Atlas Global da Seca e do Observatório Internacional de Resiliência à Seca: Ferramentas para Adaptação e Gestão Sustentável, promovido no período da tarde.
O primeiro Painel abordou a importância de integrar agendas socioambientais em processos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), destacando o papel da participação social na formulação de soluções inclusivas. A discussão também reforçou a necessidade de sinergias entre as Convenções do Rio — Clima, Biodiversidade e Combate à Desertificação — para potencializar políticas públicas e conectar saberes tradicionais ao conhecimento científico.
Participaram da mesa Matheus Figueiredo, assessor técnico do Observatório de Ciência, Tecnologia e Informação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Alexandre Pires, Diretor de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Leila Santana, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA/BA), Giovana Figueiredo (COP-30) e Cris Pankararu, do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), sob moderação de Gaston Kremer, diretor executivo da World Transforming Technologies (WTT).
- Acredito que dois grandes destaques das discussões de hoje são, primeiro, que independentemente de estarmos analisando artigos científicos ou competências acadêmicas, as universidades do Nordeste têm produzido pesquisas e análises relevantes sobre o semiárido. Além disso, destaco a forte convergência entre os pesquisadores: seja em questões hídricas ou ligadas ao semiárido, há um encontro de temas que se complementam”, comenta Matheus Figueiredo.
Para Gaston Kremer, o semiárido deve estar à frente de discussões e produções de conhecimento. “Acredito que a principal mensagem que deixamos hoje é que devemos pensar em uma ciência, tecnologia e inovação contextualizada, onde o semiárido esteja à frente em termos de produção científica, mas também em saberes tradicionais, através do conhecimento a partir de comunidades e territórios”.
À tarde, o destaque foi o lançamento do Atlas Global da Seca e do Observatório Internacional de Resiliência à Seca. A sessão apresentou ferramentas inovadoras para adaptação, preparação e antecipação dos efeitos da seca, além de um laboratório demonstrativo permanente instalado durante toda a conferência. A palestra foi liderada por Edgar Gutierrez, da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).
A ICID 2025 é uma promoção do Governo do Ceará, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A realização está a cargo da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará (Sema) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A coordenação executiva é do CGEE, e o evento conta com apoio de instituições como UNCCD, ANA, Embrapa, Embaixada da França no Brasil e Cemaden; além de patrocínio da FIEC e do Sebrae.

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