Esta quinta-feira (18) foi um dia pesado no Sistema Verdes Mares (SVM).
Com o anúncio do fechamento do Diário do Nordeste, em 28 de fevereiro, uma onda de demissão foi anunciada nesta quinta. São mais de 50 dispensados, sendo mais de 20 da Redação e 30 do Setor Gráfico.
Os demais repórteres que ficaram serão aproveitados no Diário do Nordeste Digital e nos demais veículos do SVM.
Como correspondentes do Interior continuam Honório Barbosa (Iguatu) e Antônio Rodrigues (Juazeiro do Norte). Os demais correspondentes foram dispensados.
Os repórteres fotográficos José Leomar, Natinho Rodrigues, Helene Santos e Camila Lima também estão na lista dos demitidos.
O desenhista Benés é outro que deixa o Diário do Nordeste.
As revisoras Vânia Monte e Lucinha foram demitidas.
Daniel Praciano, Verônica Prado e três diagramadores completam a lista.
Todo Setor Industrial (Gráfico) deixa o jornal no domingo (28 de fevereiro), quando circulará a última edição imprensa do Diário do Nordeste.
NOTA - Eis Nota do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre o Fim do Diário do Nordeste Impresso:
- O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vêm a público para lamentar o fim da edição impressa do jornal Diário do Nordeste e, ao mesmo tempo, solidarizar-se com as dezenas de trabalhadores demitidos, entre gráficos e jornalistas. Em anúncio feito ao mercado publicitário, na manhã dessa quinta-feira (18), a direção da empresa jornalística informou que a última tiragem impressa do periódico circulará em 28 de fevereiro.O fim da circulação Impressa de mais um jornal no Brasil é um duro golpe no direito da população de ser informada. Segundo o projeto Atlas da Notícia, vivemos em um país onde 62% dos municípios não têm cobertura noticiosa. E 15,9% da população carece de acesso a Jornalismo produzido localmente. São 33,7 milhões de brasileiros vivendo nos chamados “desertos de notícia”. Norte e Nordeste continuam sendo as regiões com maiores concentrações de vazios de cobertura local.
Para os trabalhadores gráficos e jornalistas, as demissões acontecem num momento em que as categorias profissionais estão extremamente fragilizadas pela Pandemia de Covid-19. No caso dos operários e operárias da notícia, são dois anos e meio sem reajustes salariais e sem convenções coletivas de trabalho, além de nove meses com redução salarial de cerca de 25%.
Morre o papel, morre a memória. Com o fim da circulação impressa do Diário do Nordeste acaba também o sonho do fundador, o empresário Edson Queiroz (foto Tuno Vieira), que apostou na força do Jornalismo Regional há 39 anos. Parque Gráfico Moderno, Redação Integrada e Serviços Digitais, no entanto, não foram suficientes para reverter a crise do impresso, que se soma à má gestão do jornal da família Queiroz nos últimos 10 anos e a perda de identidade do jornal.
O Sindjorce disponibiliza sua Assessoria Jurídica para acompanhar os profissionais demitidos e, nesse momento, solidariza-se com as famílias, que terão de enfrentar a maior Crise Sanitária do Século XXI em meio ao desemprego. A entidade recomenda que os colegas demitidos não assinem nenhum documento sem antes passar pelo Sindicato, como forma de evitar maiores prejuízos financeiros.
O Sindicato e a Federação lamentam ainda que, embora exclusivamente no Digital, o jornal não tenha optado por realocar os profissionais dispensados, assim como não tenha, no âmbito do Grupo Edson Queiroz, uma das maiores organizações empresariais do Estado, criado uma solução alternativa para a Editora Verdes Mares, mantenedora do jornal.
Por fim, destacamos que o Diário do Nordeste precisa resgatar urgentemente a ousadia de seu fundador e restabelecer a relação social entre o jornal e a comunidade. E isso não sem faz sem a valorização do trabalho das e dos jornalistas".
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