De simples salgado a iguaria gourmet, a Coxinha é um ícone nacional.
Genuinamento brasileira e de origem incerta, neste domingo celebramos o Dia Nacional da Coxinha
Massa estupenda, macia, dourada; recheio inesquecível, suculento; crocância inigualável. Um alimento que conquista a cada mordida. Ouw, gente... quem nunca deu uma mordidinha, que seja, em uma Coxinha e não ficou hipnotizado?
A origem da Coxinha tem algumas versões: uns dizem que a delícia encontra raízes na culinária francesa, quando se tentou assemelhar ao croquete de poulet. Outros apontam para uma versão brasileira, surgida em São Paulo, no período da industrialização, como forma de aproveitar sobras de frango.
Há também a lenda envolvendo a princesa Isabel. Conta-se que a Coxinha foi criada por uma cozinheira da princesa brasileira para agradar um dos filhos, que tinha dificuldades para comer e só gostava de coxas de frango. Quando não havia coxas suficientes, a cozinheira teria desfiado o frango e moldado no formato da coxa — sabe-se lá com que farinha — criando assim a Coxinha.
Do recheio tradicional de frango com catupiry às mais variadas receitas que ultrapassam limites em criatividade, a iguaria se popularizou e se espalhou por todo o país, transformando-se em um ícone da gastronomia brasileira que foi parar nas padarias, nas festas e nos botecos.
“Esse produto vem acompanhando a história da família Faro desde a fundação da Panificadora Elétrica da Barra, em 1950. Como uma panificadora com pães, esse item foi inserido dentro da delicatessen. E o boca a boca, o consumo da Coxinha, foi o que fez esse produto se tornar uma memória afetiva”, conta Leonardo Amaral, gerente de marketing do Almacen Pepe, segundo maior produto vendido pela empresa, perdendo apenas para o pão.
Leonardo conta ainda que o Almacen Pepe optou por manter uma das receitas mais tradicionais desde que a Coxinha foi criada: a de frango com catupiry. “A gente prefere manter a tradição, que é o que realmente faz as pessoas lembrarem da Coxinha da empresa.”
Quem também fala da tradição do frango com catupiry — campeã de vendas entre todas as variedades — é a empresa Olilo, especializada na iguaria. “Para nós, é o sabor que a gente continua vendendo mais, o tradicional frango com catupiry”, afirma Filipe Lopes, sócio da empresa.
Sem dúvida, a receita tradicional é uma das escolhas favoritas. Mas a dinâmica da gastronomia contemporânea se amolda às necessidades de cada povo e acabou levando a uma variedade incrível de receitas, que se renovam com o tempo. Hoje, a Coxinha existe na versão gourmet, vegana, mini, gigante e em tantas outras variações, para atender a um mercado cada vez mais exigente e versátil na era da gourmetização. Na verdade, como bem exemplifica Lopes, há público para todos os gostos.
“De lá para cá, o processo de gourmetização vem evoluindo, e eu enxergo que existem dois públicos nessa análise: o público que não está aberto a novas experiências, que é resistente, digamos assim, a experimentar novos sabores, e continua firme nas Coxinhas tradicionais de frango com catupiry; e existe um outro público que tanto aceita quanto busca novas experiências e novos sabores. Hoje, a gente atende aos dois públicos. Temos desde as mais tradicionais, de frango com catupiry, passando pelas de calabresa, queijo, presunto... Temos a Coxinha de charque com banana, a de camarão com catupiry temperado com um molho cremoso”, conta.
Embora a Coxinha tenha apenas uma data para celebrar tanta delícia, que ocorre neste domingo, 18, todo dia é dia de coisa gostosa, como diz Arlete, do Pastel e Coxinha da Arlete ao Vivo, que vende seu produto popular no bairro do IAPI.
“Eu aprendi a fazer Coxinha desde os 17 anos e estou há 25 anos trabalhando com a Coxinha. Foi um dom, eu tinha vontade mesmo de aprender, e aprendi a fazer a Coxinha. Eu vendo mais ou menos uns três a quatro sabores: Coxinha de camarão com três queijos, de carne seca com banana, carne seca com abóbora e a tradicional Coxinha com catupiry.”
Mas a Coxinha que fez mais sucesso de Arlete, digamos, um sucesso diferente, foi quando ela resolveu pegar o embalo da música Caneta Azul. Ela inventou a Coxinha Caneta Azul.
“Quando apareceu aquela música Caneta Azul, eu fiz a massa da Coxinha na cor azul. Os meus clientes chegavam e começaram a rir: ‘Arlete, você está fazendo Coxinha azul?’ A massa até que ficou bonita, viu? Mas quando eu fritei, a Coxinha ficou roxa. Todo mundo começou a rir, mas foi divertido”, conta, enquanto ri.
A Coxinha é uma das comidas de boteco mais populares no Brasil e agrada quase todos pela crocância da massa frita e pelo recheio incrível. Não foi à toa que conquistou muitos paladares e, no ano passado, sua receita acabou levando o 4º lugar como a fritura mais gostosa do mundo, segundo o TasteAtlas.
Para celebrar esta data festiva e deliciosa, vamos aprender uma das receitas tradicionais realizadas pela mestre Arlete: a Coxinha de frango com Catupiry.
Coxinha de Catupiry com massa de aipim-Ingredientes da massa
- 1 kg de farinha de trigo
- 250 g de aipim (mandioca)
- 250 g de margarina
- 6 tabletes de caldo de galinha
- 1 litro de água
- Para o recheio
- Frango desfiado temperado a gosto
- Catupiry ou requeijão cremoso
Modo de preparo
- Cozinhe o aipim até que fique bem macio.
- Bata o aipim no liquidificador até formar um creme liso (adicione um pouco de água, se necessário, para facilitar).
- Em uma panela grande, derreta a margarina junto com os tabletes de caldo de galinha.
- Com tudo derretido, adicione o aipim batido e o 1 litro de água à panela.
- Espere ferver e vá adicionando a farinha de trigo aos poucos, mexendo sempre para não empelotar.
- Quando a massa engrossar e começar a desgrudar do fundo da panela, desligue o fogo.
- Transfira a massa para uma superfície lisa (mesa ou bancada) e deixe esfriar um pouco.
- Com as mãos limpas, sove a massa até que fique lisa e não grude mais nas mãos.
Montagem
- Pegue porções da massa e modele em formato de bolinha.
- Abra cada bolinha com os dedos, formando um disco.
- Recheie com frango desfiado e um pouco de catupiry.
- Moldando no formato de Coxinha.
- Frite em óleo quente até dourar.
Isabel Oliveira.
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