Fortaleza é uma metrópole que acompanha os avanços da modernidade e as tendências dos mercados em geral.
Com a Pandemia do Novo Coronavírus, que assola o planeta desde o início de 2020, e, consequentemente, com o isolamento social, milhares de cearenses resolveram adquirir ou adotar um pet de estimação para ter uma companhia durante o período de reclusão.
A presença de animais nas residências pelo Brasil aumentou em 30% de acordo com a pesquisa Radar Pet 2021, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac).
Não só por isso (mas também por isso), o mercado veterinário precisou acompanhar tal crescimento. Segundo o último balanço trienal (2017-2020), realizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, quase 155 mil profissionais estavam atuantes até novembro de 2020, dados que demonstram a chegada de mais de 35 mil novos profissionais ao mercado de trabalho.
Um setor que não para de crescer. Essa evolução tem sido acompanhada pelo aumento de 39,3% dos estabelecimentos em que médicos veterinários atuam, como clínicas, hospitais, consultórios, ambulatórios e pet shops.
Nos últimos cinco anos, esse movimento de crescimento ficou evidente em Fortaleza. Aportaram ou expandiram suas operações de varejo do setor de pets grandes marcas como Mundo Pet, Petz, Cobasi, Animale, Petland.
Todas apostam alto, não apenas na venda e distribuição de produtos, mas, principalmente, nos serviços de assistência aos pets. Os pequenos negócios também cresceram, alavancados por aqueles profissionais empreendedores que viram a oportunidade de abrirem seus próprios negócios e que, mesmo no momento de crise, estão conseguindo superar suas metas.
Ensino acompanha - Atento a esta demanda de novos profissionais, as instituições de ensino superior buscam abrir espaço para a graduação na área veterinária. É o exemplo da Estácio Ceará, que incluiu recentemente em seu portfólio de cursos a Medicina Veterinária.
Referência em ensino superior no Brasil, a instituição conta com o apoio de profissionais com atuação no setor, docentes especializados, além de laboratórios e toda infraestrutura necessária para garantir uma formação de qualidade na área em um curso recém-lançado.
O coordenador de Veterinária da Estácio Ceará, Victor Hugo Rodrigues, explica que a instituição está de olho na ascensão do mercado e, consequentemente, buscando suprir a demanda com o lançamento de profissionais capacitados.
- Com um aumento na concretização da população sobre os cuidados e bem-estar dos animais também tem-se observado um aumento nas demandas de médicos veterinários no mercado. Esse fato tem proporcionado o aparecimento de diversas clínicas e hospitais bem equipados e com profissionais qualificados. Com isso, a Estácio, observando essa demanda, implantou o curso de Medicina Veterinária que oferece excelentes condições para que os alunos se sintam qualificados, devidamente preparados para entrar no mercado de trabalho”, destaca Victor Rodrigues.
Para Josué Viana, professor e reitor do Centro Universitário Estácio do Ceará, o setor está em pleno desenvolvimento, abrindo oportunidades para quem busca tal área de atuação.
- A demanda por médicos veterinários vem crescendo no Brasil como uma tendência desde o final do século passado, com a expansão dos grandes centros urbanos, que era restrita, até então, ao agronegócio, a assistência às propriedades rurais, indústrias de proteínas animal e nichos específicos. Com a massificação da cultura da presença do animal doméstico no núcleo familiar como companhia, o Brasil se tornou um dos maiores mercados de pets do mundo”, detalha.
- Tudo isso pressiona o mercado que continua a demandar profissionais especializados e qualificados, principalmente o médico veterinário com formação moderna e específica em animais domésticos de pequeno e médio porte. O curso de Medicina Veterinária da Estácio Ceará já está plenamente inserido nesse contexto e traz na sua proposta pedagógica e modelo de ensino inovador a tradição de experiência do curso de medicina veterinária com uma abordagem moderna e alinhada com as expectativas dos nossos alunos e o do mercado”, conclui o reitor.
A CABEÇA DO CÃO - Os cães interagem com seres humanos há mais de 14 mil anos, adaptando-se às mudanças, desenvolvendo profundas ligações com seus tutores, um forte laço emocional que beneficia todas as partes envolvidas. Segundo Alexandra Horowitz, autora do livro “A Cabeça do Cachorro”, o simples contato físico com os cães é capaz de promover redução de estresse e aumento da sensação de bem-estar nos humanos, além de proporcionar impressões de relaxamento aos bichos em questão.
Essa relação tornou-se mais próxima durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, já que os bichinhos e seus tutores ficaram ainda mais próximos com a reclusão para evitar a proliferação do vírus.
Os cães hoje podem ser considerados como membros da família e estão diretamente em contato com seus tutores, diferente dos cenários vistos na década de 1980, quando os cachorros assumiam funções protetivas, de guarda, isolados nos quintais das residências.
- Assim como seres humanos, os cachorros são animais muito sociáveis, adorando conviver em grupos. Os meses de isolamento intensificaram a relação tutor-cão. Horas de brincadeiras, atenção, atividades feitas sempre em conjunto logo foram positivamente associadas pelos cães, que se adaptaram a essa nova realidade. Entretanto, com o retorno às atividades presenciais, muitos animais têm apresentado angústia e/ou ansiedade pela separação, um distúrbio comportamental relacionado ao sofrimento dos cães com a distância dos tutores”, explica a professora do curso de Medicina Veterinária da Estácio Ceará, Géssica Araújo (foto), que também ressalta os sinais que podem ser percebidos para identificar a doença no pet.
- A ansiedade pode surgir pela modificação abrupta da rotina diária desses cães, com a ausência do tutor sem que houvesse o tempo necessário para adaptação. Fique atento aos sinais de que seu cão pode estar sofrendo dessa síndrome. Latidos ou choros excessivos comparados ao comportamento comum do dia a dia do cão, a falta de interesse por brinquedos preferidos, excesso de lambedura das patas, mordeduras ou arranhaduras em móveis, portas, paredes são sinais de alerta para esse problema. Muitos animais deixam de comer e podem até desenvolver outras doenças. Em várias situações os casos ficam tão sérios que os cães podem causar autoferimentos”, enfatiza a médica veterinária.
Todos esses comportamentos podem estar mais presentes naqueles animais adotados durante o isolamento da pandemia, pois a única realidade que conhecem é a de convivência contínua com os tutores. Para que eles se adaptem à nova rotina, os tutores devem ter paciência e tentar ao máximo fazer essa mudança de forma gradual, associando as saídas/chegadas em casa à atos comuns, sem excesso de atenção, despedidas ou quaisquer atos que gerem a ansiedade da espera pelo retorno. Uma recomendação também é procurar ajuda de adestradores profissionais, que auxiliarão esse animal na nova rotina e, principalmente, procurar seu médico veterinário que atuará no controle da ansiedade por meios de várias terapias, encontrando a melhor alternativa que funcione para o cão e seu tutor.
Mais dicas - Fazer o animal gastar energia física, se possível mantendo uma rotina ativa diária, pode ser vital para ajudar os animais a aliviar a ansiedade. Passeios externos para que o bichinho possa se sentir mais livre, brincadeiras que mesclem exercícios e atividades recreativas com recompensas são excelentes maneiras de contribuir para o bem-estar dos pets. Comedouros e brinquedos educativos são formas eficazes de estimular a extravasar a energia mental, que também é relevante para que os níveis de estresse sejam reduzidos.
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