Carlos Ferreira Júnior: Infelizmente o professor doutor José Salvador Faro, uma de nossas referências no Jornalismo Cultural faleceu hoje (29/9/2025). Professor Faro esteve presente na vida de muitos alunos de graduação e pós-graduação nas universidades Metodista e PUC-SP, particularmente o maior intelectual que conheci. Saudades do orientador, mas na certeza que por sua competência, militância e inteligência tornou nossa área e nossas vidas melhores! Valeu Faro!!!
Paulistano do Brás, nascido em 1947, Faro formou-se em História pela USP em 1973 e logo se interessou pela Comunicação, área na qual construiu uma obra intelectual vigorosa. Sua tese de doutorado transformou-se no livro de referência Realidade 1966-1968: tempo da reportagem na imprensa brasileira, retrato agudo de um período em que a reportagem ousava abrir frestas no silêncio imposto pela ditadura.
Professor por mais de duas décadas no curso de Jornalismo da PUC-SP, Faro orientou trabalhos, guiou inquietações, semeou críticas e esperanças. Esteve à frente da Intercom, que ajudou a fundar e depois presidiu, num tempo em que falar de comunicação era também defender a democracia. Atuou ainda como consultor da Capes, do CNPq e da Fapesp, deixando marcas na pesquisa e no fortalecimento da produção científica no Brasil.
No Sinpro-SP, foi responsável pela concepção e edição da Revista Giz, publicação semestral que une reflexão, estética e valorização do magistério.
Intelectual comprometido, militante em sua juventude, Faro fez sala de aula um gesto de resistência e da pesquisa um exercício de liberdade. Sua trajetória é memória viva de que a educação não se esgota nos muros da universidade, mas se faz também na esfera pública, no diálogo com a sociedade e na defesa de direitos.
A Contee se solidariza com familiares, amigos, colegas e alunos que hoje choram sua partida. O legado de José Salvador Faro, contudo, permanece: um farol para os que acreditam que ensinar, pesquisar e escrever são formas de transformar o mundo.
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