Eis a entrevista, que o senador Cid Gomes (PSB-CE) concedeu, exclusivamente ao Blog do Lauriberto, na noite desta quinta-feira (7/8/2025), no encerramento do Seminário nacional pela Alfabetização, no Gran Mareiro Praia do Futuro, em Fortaleza:
Senador, a primeira pauta é a da Educação. Encerrado esse Seminário Nacional de Alfabetização. A avaliação, que o senhor faz, o senhor, que participou ativamente sobre isso.
Senador Cid Gomes: Bom, o Brasil tem, assim, situações absolutamente distintas em pleno Século XXI no que concerne ao que eu considero o maior desafio, até porque ele, resolvido, vai ajudar em todas as outras etapas da educação. Quem passa por uma escola para cumprir o Ensino Básico tem que estar nove com mais três, são 12 anos de escola, sem falar do Ensino Superior e sem contar aqui anos iniciais, creche e ensino infantil. Então, assim, em pleno Século XXI, você tem estados, como é o caso do Ceará, que consegue alfabetizar as crianças. Esse é o maior desafio resolvido. Ele tudo mais vem com o tempo. Consegue alfabetizar 87% das suas crianças no segundo ano de escola e ainda tem estados brasileiros que só conseguem alfabetizar 30% de suas crianças. Estou falando disso em 2021. Sobral viveu isso.Aliás, num número tão, né, 30, conseguir 40, 40 e pouco, ou 38. Há 20 anos atrás. Então, esse desafio ainda é presente. Graças a Deus, tem muita gente que se dedica nas entidades formais. A gente sabe que tem prefeitos comprometidos, que tem governadores comprometidos. A propósito, nós vamos até no Senado entregar uma premiação agora para os estados, na pessoa do governador, que tiveram um melhor desempenho nessa questão de alfabetização na idade certa. Mas é fundamental que a gente diga que tem solução e que a gente intercambie. Se é feito e se consegue se fazer em Princesa, lá na Paraíba, por que que não se faz em São Paulo, capital? Se é possível fazer em Mucamba, aqui no Ceará, que tem excelentes indicadores de alfabetização, para não falar só de Sobral, por que que não se consegue fazer no Distrito Federal, em Brasília? Então, essa coisa tem que ser despertada e acho que despertar os atores, mas despertar também a imprensa. A imprensa deve cumprir um papel fundamental nisso, de mostrar, divulgar os dados, porque os dados falam por si próprios. Certamente um governador, um prefeito, vai ficar muito envergonhado de um dado que o coloca numa condição de rabeira desse processo de alfabetização, que é básico na educação. Esse seminário é importantíssimo para isso.
Blog do Lauriberto: A pauta Política agora, o presidente do Senado, David Alcolombre, a primeira é muito mais importante. Na pauta política, o presidente do Senado diz que não encaminharia impeachment nem com a assinatura dos 81 senadores.
Senador Cid Gomes: Olha, a gente, na vida, isso vale para a política, vale para o parlamento, vale para o executivo, as pessoas têm responsabilidades. Quem deve vigiar a rua, vigia noturno, é uma tarefa dele. Você não deve dizer para o vigia noturno o que é que ele deve fazer. Você não deve dizer para o zuir de futebol como é que ele deve apitar a partida. Hoje ainda tem o VAR aí para tirar uma dúvida, mas a serviço dele. Quem decide se coloca ou não um processo de impeachment na pauta do Senado é o presidente da casa. Isso é uma atribuição dele, é uma atribuição solitária dele. Então, tanto faz você ter assinatura ou pedido de um senador como o de 80. Obviamente, um exagero, mas a decisão de colocar ou não é dele. E ele não pode abrir mão, não é que ele não deva, não. Ele não pode abrir mão. E isso é uma questão que deve ser analisada sob o aspecto jurídico e inconstitucional. A gente não pode agora ficar, querer requerer a demissão de um juiz se ele deliberou algo contra a gente. (A justiça e uma sociedade democrática tem meios para isso. Se é uma decisão monocrática e alguém está questionando essa decisão monocrática, qual é a expressão que fala? Você recorra, recorra, recorra dessa decisão. Recorra da decisão. Vi hoje na imprensa que os advogados do Bolsonaro vão recorrer da decisão. É assim que funciona. Não é pedir ao Trump que venha se meter nas coisas do Brasil, porque, me perdoe, mexer na nossa economia, mexer em empregos aqui no Brasil, porque o filhinho do Bolsonaro está lá. Me perdoe, isso é o fim da picada.
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