Ataque de Alckmin a Bolsonaro marca início da propaganda na TV; veto do TSE a Lula impulsiona ex-presidente nas redes
Iniciada a propaganda eleitoral na TV e no Rádio simultaneamente ao julgamento da candidatura de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral, dois presidenciáveis apresentaram maior destaque, impulsionados por cada um destes eventos: Geraldo Alckmin, cujo impacto do vídeo de explícita crítica a Jair Bolsonaro obteve grande repercussão; e o próprio ex-presidente, que, após perder espaço para Bolsonaro como protagonista central da campanha, nas últimas semanas, voltou a acolher maior volume de referências no Twitter.
Dentre os cinco candidatos de maior intenção de voto nas pesquisas recentes, Alckmin foi o mais impactado pela propaganda eleitoral como tópico de debate: de um total de 132,7 mil tuítes sobre o tucano entre as 12 horas de sexta (31 de agosto) e as 12 horas de domingo (dois), foram 45 mil publicações sobre o assunto, o equivalente a 34% da discussão geral sobre Alckmin na rede social. Tal impacto, inclusive, levou o candidato do PSDB à terceira posição entre os presidenciáveis mais citados do Twitter no período, atrás apenas de Lula (581,8 mil) e Bolsonaro (534,7 mil). Posição que, até o fim da última semana de agosto, vinha sendo disputada por Ciro Gomes e Marina Silva, com Alckmin em distante quinto lugar.
Escalado como futuro substituto de Lula na disputa, Fernando Haddad respondeu, entre sexta e domingo, por fração pequena do debate sobre o ex-presidente. Houve 70,9 mil tuítes de associação entre ambos, o correspondente a 12,2% do volume total de referências a Lula. No entanto, a partir da noite de sexta, quando Lula atingiu pico de mais de 50 mil tuítes entre as 23h e a 0h de sábado, em função do julgamento no TSE, Haddad superou Alckmin, Ciro, Marina e os demais candidatos em presença no Twitter. O debate sobre o ex-prefeito de São Paulo só foi diminuir a partir da tarde de sábado, quando Alckmin se consolidou como foco de discussões na rede, em intenso antagonismo com Bolsonaro por conta do vídeo eleitoral.

A intensificação do contraste entre Alckmin e Bolsonaro foi decisiva para o aumento de presença do tucano no Twitter: 45,9 mil tuítes associam ambos, grande parte em função do vídeo de campanha do PSDB com alusão ao deputado federal do PSL. Dentro do debate sobre Bolsonaro — notadamente maior que o sobre Alckmin —, é importante destacar que há 11,9 mil tuítes de "resposta" crítica, com referências a merenda escolar, alvo de denúncias de corrupção em São Paulo.
Nos demais candidatos analisados, foi bem mais baixa a repercussão do início da propaganda eleitoral. No debate sobre Ciro, de 92,8 mil tuítes, somente 1,9 mil citam a propaganda (2%); sobre Marina, de 72,2 mil publicações, apenas 1,2 mil (1,7%). No caso de Lula, o começo da veiculação de peças publicitárias na TV e no rádio coincidiu com o imbróglio envolvendo o julgamento do TSE, o que contribuiu para aumentar o impacto do debate sobre a presença do ex-presidente no horário eleitoral: 48,1 mil menções destacam a questão, o que corresponde a 8,2% do volume total de postagens sobre Lula no período.
Facebook - No Facebook, em paralelo ao impacto da propaganda na TV e no rádio e ao julgamento sobre Lula no TSE, João Amoedo foi o candidato com maior engajamento, somando mais de um milhão de interações entre sexta (31) e domingo (dois), com média de 35 mil interações por publicação. O desempenho da página de Amoêdo ficou acima do de Lula, com 828 mil interações (21 mil/postagem), e de Bolsonaro, com 674 mil interações (42 mil/postagem), o dobro da média obtida por Lula, porque o deputado federal do PSL fez menos publicações na rede social.
O pico de engajamento com os presidenciáveis no Facebook ocorreu na sexta (31), com a repercussão de entrevista de um minuto de Amoedo ao "Jornal Nacional", quando a página oficial do candidato atingiu 566.228 interações nas 10 publicações do dia (56 mil interações por post), também superando Lula (406.111) e Bolsonaro (373.700). O post de melhor performance (181 mil interações) diz que "um minuto vale mais de 27", em referência à participação dos candidatos nas sabatinas promovidas pelo "JN" na semana passada com os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas.

No sábado (primeiro), a página de Lula apresentou aumento no engajamento em comparação às dos demais presidenciáveis, por conta de menções sobre a sua candidatura e sobre o seu vice, Fernando Haddad. A página teve 291 mil interações, seguida pela de Amoedo (145 mil) e pela de Bolsonaro (144 mil). Um destaque foi o alto volume de comentários aos posts da página de Lula, que chegou a 68 mil, número cerca de dez vezes maior que aos comentários nas postagens de Bolsonaro na mesma data (6,6 mil). Na postagem sobre a coletiva de imprensa de Haddad na cidade-natal de Lula, Garanhuns (PE), o número de comentários chegou a 13 mil — e o de reações a 16 mil.
No domingo (dois), a página de Amoedo voltou a superar os concorrentes, atingindo 290 mil interações em postagens sobre: disputa de votos; o incêndio no Museu Nacional; e a defesa da melhoria de qualidade da educação básica. O post mais popular do domingo, contudo, foi de Bolsonaro ao comemorar 2 milhões de seguidores no Instagram, o que totalizou cerca de 60 mil interações.
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