Carta Capital: EM MEMÓRIA

- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Recebi com muita tristeza a notícia da morte de meu amigo Mino Carta, ocorrida na madrugada deste 2 de setembro. Ele fez história no jornalismo brasileiro: criou e dirigiu algumas de nossas principais revistas (Veja, Isto é, Quatro Rodas, Carta Capital, Jornal da Tarde, Jornal da República) e formou gerações de profissionais e, sobretudo, mostrou, que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas. Em meio ao autoritarismo do regime militar, as publicações, que dirigia denunciavam o abuso dos poderosos e traziam a voz daqueles que clamavam pela liberdade. Conheci Mino há quase cinquenta anos, quando ele, pela primeira vez, deu destaque nas revistas semanais para as lutas, que nós, trabalhadores reunidos no movimento sindical, estávamos fazendo por melhores condições de vida, por justiça social e democracia. Foi ele quem abriu espaço para minha primeira capa de revista, na Istoé, em 1978. Desde então, nossas trajetórias seguiram se cruzando. Eu, como liderança política, ele, como um jornalista, que, sem abdicar de sua independência, soube registrar as mudanças do Brasil. Vivemos juntos a redemocratização, as Diretas Já, as eleições presidenciais e as grandes transformações sociais das últimas décadas. Estas décadas de convivência me dão a certeza de que Mino foi – e sempre será – uma referência para o jornalismo brasileiro por sua coragem, espírito crítico e compromisso com um país justo e igualitário para todos os brasileiros e brasileiras. Se hoje vivemos em uma democracia sólida, se hoje nossas instituições conseguem vencer as ameaças autoritárias, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista, das publicações, que dirigiu e dos profissionais, que ele formou. Em sua memória, estou declarando três dias de luto oficial em todo o país. À sua filha Manuela e a todos os seus familiares e os inúmeros amigos, que construiu ao longo de sua vida, deixo um forte e carinhoso abraço. 📸 @ricardostuckert
- Jornalista Lira Neto: Morreu Mino Carta. Tive o privilégio de entrevistá-lo, ao longo de cinco sessões, para o projeto Memória do Jornalismo Brasileiro Contemporâneo, do Centro de Memória do @ireebr. A entrevista resultou num ebook, “Sem fé nem medo”, disponível gratuitamente no site do IREE. Na conversa, sempre com seu estilo corrosivo, Mino relembrou toda sua trajetória, da infância na Itália até o trabalho como jornalista combativo no Brasil, revelando bastidores da criação de publicações, que marcaram época na imprensa nacional, como a 4 Rodas, Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ, Jornal da República e Carta Capital. Na segunda foto do carrossel, a equipe, que me acompanhou na entrevista: @marcoatoa, @julianapithon, Gabriela Farias e @samimaia.
- Deputado federal José Nobre Guimarães: Com profundo pesar, recebemos a notícia da partida de Mino Carta, um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, fundador da @cartacapital. Sua coragem, inteligência e compromisso com a verdade marcaram gerações e deixaram um legado, que jamais será esquecido. Meus sentimentos à família, amigos e a todos, que tiveram a honra de conviver e aprender com ele".
- Jornal O Globo: LUTO NA IMPRENSA | Morreu na madrugada desta terça-feira (2) o jornalista Mino Carta, aos 91 anos. A morte foi confirmada pela Carta Capital, da qual era fundador e diretor de redação. A publicação informou, que o profissional lutou contra problemas de Saúde ao longo do último ano e estava internado havia duas semanas na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Mino Carta trilhou carreira no jornalismo por mais de sete décadas. Nascido em Gênova, na Itália, Mino Carta era a terceira geração da família no ofício. 💻📱Leia mais no site do #JornalOGlobo. https://x.gd/zuCEx
- Jornalista Paulo Mota: Mino Carta se foi, e com ele parte da tradição ilustrada da esquerda italiana, que encontrou morada no Brasil. Culto, inquieto, combativo, era uma referência do melhor do jornalismo. Tive o privilégio de conviver com ele e de ver meu nome ao lado do seu no expediente da CartaCapital, um orgulho, que nunca deixei de carregar comigo. Aprendi muito com Mino, dentro e fora da Redação. Foi ele quem me ensinou, que, para o clima do Brasil, nada melhor, que um bom vinho branco. Uma lição aparentemente simples, mas, que traduzia seu olhar sempre sofisticado, capaz de ligar cultura, sensibilidade e prazer cotidiano. Compartilhamos viagens inesquecíveis. Lembro de Recife, Salvador e Fortaleza, quando percorremos o país lançando seu livro O Brasil. Nesses encontros, vi de perto como sua palavra despertava admiração e respeito. Não era apenas a autoridade do editor, mas a força de quem acreditava, que o Jornalismo podia ser motor de consciência e transformação social. Mino era uma figura humana singular, que sabia unir erudição e generosidade. Hoje, ao me despedir, guardo a certeza de que sua voz ecoará ainda por muito tempo, seja nas páginas, que editou, nos livros, que escreveu ou na memória de todos nós, que tivemos o privilégio de caminhar ao seu lado".
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