Maio Roxo | Brasil registra alta de 61% nas internações por inflamações intestinais em dez anos.
Levantamento da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) revelou que, ao longo dos últimos dez anos, as doenças inflamatórias intestinais, enfermidades que afetam o trato gastrointestinal, provocaram 170 mil internações no Brasil, somente no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados mostram ainda um crescimento de 61% nas internações em 2024, quando houve 23.825 registros, na comparação com 2015, com 14.782 notificações.
O estudo foi feito com base nos números disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde. A maior quantidade de casos se concentra nas capitais e em regiões com maior industrialização e urbanização. Já as principais formas dessas Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Ambas são condições crônicas para as quais ainda não há uma cura definitiva, mas há tratamento, sobretudo quando há um diagnóstico precoce.
- Infelizmente, temos observado, nos últimos anos, um crescimento na incidência e prevalência global dessas doenças, inclusive com dados nacionais. Daí a importância de levar conhecimento à população, pois sabemos que, quanto mais cedo, mais esse tratamento adequado pode mudar o desfecho da situação, bem como a melhoria da qualidade de vida desses pacientes”, alerta a médica gastroenterologista Christiane do Ceará, professora na professora na Afya Educação Médica em Fortaleza, instituição líder em graduação médica, com 37 faculdades no País.
*Campanha
A prevenção a essas doenças é o objetivo da campanha de conscientização “Maio Roxo”, dedicada às Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), que ocorre em todo o mês de maio. Por este motivo, a Afya apoia, ao longo de todo o mês, ações educativas e preventivas, promovendo, inclusive, atendimento gratuito a cidadãos, realizado por professores e alunos da instituição (médicos formados), em dias e horários pré-agendados. A ideia é conscientizar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais e prestar auxílio aos pacientes.
A Afya Educação Médica Fortaleza dispõe de especializações em 18 áreas, sendo elas: Clínica em Dor, Psiquiatria, Cardiologia, Dermatologia, Medicina Intensiva Adulto, Psiquiatria da Infância, Reumatologia, Endocrinologia, Pediatria, Ultrassonografia, Valvopatia, Geriatria, Nutrologia, Neurologia, Gastroenterologia, Neuropediatria, Ginecologia e Ecocardiografia.
*Sintomas
Os principais sintomas das DIIs são a diarreia crônica, que pode ocasionar a presença de sangue, muco ou pus nas fezes, dor abdominal, urgência de evacuar, falta de apetite, cansaço e perda de peso. Os casos podem provocar anemia, febre e distensão abdominal, além de afetar outras partes do corpo, prejudicando as articulações, a pele e ocasionando reações oftalmológicas. Já a incidência é mais frequente em adultos jovens, que estão em uma fase produtiva da vida.
- Essas patologias são sistêmicas e multifatoriais. Sua etiologia envolve fatores ambientais genéticos, alterações da microbiota intestinal e desregulação imunológica da mucosa, causando dor abdominal e diarreia crônica, por vezes acompanhada de sangue ou muco e perda ponderal”, completa a médica, que ressalta a necessidade de acompanhamento médico contínuo.
No caso da Retocolite, a doença se manifesta especialmente na mucosa do reto e intestino grosso. Já a doença de Crohn pode atingir todo o trato gastrointestinal (da boca até o ânus), mas é mais comum no intestino, onde afeta todas as camadas desse órgão.
*Causas
Ainda não há comprovação sobre quais fatores levam ao surgimento dessas doenças. Porém, sabe-se que elas resultam de uma conjunção de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Por sua vez, o diagnóstico é feito através da análise do histórico clínico do paciente, com o complemento de exames, como endoscopia, colonoscopia, tomografia, ressonância magnética, dentre outros.
O tratamento envolve o uso de medicamentos como aminossalicilatos, imunossupressores e imunobiológicos, acompanhado de hábitos saudáveis, como alimentação saudável, cessar o tabagismo, prática de exercícios físicos, cuidado com a saúde mental, dentre outras terapias voltadas à melhora na qualidade de vida dos pacientes.
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