O Povo noticia a morte do crítico de Cinema, Wilson Baltazar, aos 84 anos, neste domingo (26):
"Figura importante para a memória e história do Cinema e apaixonado pela sétima arte desde a década de 1940, o colunista do O Povo, crítico, pesquisador e curador Wilson Baltazar morreu na madrugada deste domingo (26), aos 84 anos. Ele foi internado na última sexta (24), com sintomas da Covid-19. Wilson já tinha complicações de Saúde. Ele deixa esposa, três filhos e três netos.
Nascido em 10 de setembro de 1935, viu o primeiro filme ainda criança, em 1942. No extinto Cine Majestic, assistiu à sessão de "Às Portas do Inferno", dirigido por Robert Z. Leonard, e desde então não parou de dedicar-se ao cinema, tendo visto mais de 50 mil filmes ao longo da vida.
Na história da cinefilia de Fortaleza, Seu Wilson, como ficou conhecido em reverência pela trajetória, participou de muitos movimentos importantes. Ele foi membro do Clube de Cinema de Fortaleza, fundado em 1948 por Darcy Costa e do qual participavam os críticos L. G. de Miranda Leão, Tavares da Silva, Enondino Bessa, J. G. Andrade, Inácio Almeida, Frota Neto, Cláudio de Sidou e Costa, Clinete Sampaio e Feijó Benevides.
Seu Wilson também foi co-criador do projeto Cinema de Arte, fundado em 1963 por Darcy Costa e Luiz Severiano Ribeiro. Nos anos 1980, foi membro da comissão julgadora do Troféu Samburá, entregue pela Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará, que foi criado pelo jornalista Frederico Fontenele em parceria com Nirton Venâncio e Wilson. Em 2016, com a criação da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine), o pesquisador foi homenageado como membro honorário do grupo.
Ao longo de décadas, também reuniu registros sobre cada filme que via, como comentários e observações, em caderninhos que são valiosos arquivos da história do cinema em Fortaleza. O acervo foi base para diversas pesquisas acadêmicas sobre assuntos ligados ao tema. Um deles é a recente tese de doutorado da socióloga Juliana Justa "Somos todxs estrelas pornô?: A produção de subjetividades-vitrine no Cine Majestick (Fortalaze/CE)". "Na função de jornalista (na qual atuou por mais de 50 anos) responsável por divulgar na mídia impressa os filmes que entrariam em cartaz e suas resenhas, fez questão de incluir os filmes pornográficos. Como era um profissional bastante prestigiado, convenceu aos seus superiores com o argumento de que os filmes explícitos também eram cinema de qualidade", escreveu, sobre Wilson, a pesquisadora na tese.
A rica trajetória do crítico foi o foco central do curta-metragem "Cinemeiro", dirigido por Gabriel Petter. O filme de 20 minutos, lançado em 2016, dedica-se a contar um pouco das décadas de cinefilia de seu Wilson. "A sua história se confunde com a história da exibição cinematográfica", aponta a sinopse do curta, que está disponível no YouTube".
Nascido em 10 de setembro de 1935, viu o primeiro filme ainda criança, em 1942. No extinto Cine Majestic, assistiu à sessão de "Às Portas do Inferno", dirigido por Robert Z. Leonard, e desde então não parou de dedicar-se ao cinema, tendo visto mais de 50 mil filmes ao longo da vida.
Na história da cinefilia de Fortaleza, Seu Wilson, como ficou conhecido em reverência pela trajetória, participou de muitos movimentos importantes. Ele foi membro do Clube de Cinema de Fortaleza, fundado em 1948 por Darcy Costa e do qual participavam os críticos L. G. de Miranda Leão, Tavares da Silva, Enondino Bessa, J. G. Andrade, Inácio Almeida, Frota Neto, Cláudio de Sidou e Costa, Clinete Sampaio e Feijó Benevides.
Seu Wilson também foi co-criador do projeto Cinema de Arte, fundado em 1963 por Darcy Costa e Luiz Severiano Ribeiro. Nos anos 1980, foi membro da comissão julgadora do Troféu Samburá, entregue pela Fundação Demócrito Rocha no Cine Ceará, que foi criado pelo jornalista Frederico Fontenele em parceria com Nirton Venâncio e Wilson. Em 2016, com a criação da Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine), o pesquisador foi homenageado como membro honorário do grupo.
Ao longo de décadas, também reuniu registros sobre cada filme que via, como comentários e observações, em caderninhos que são valiosos arquivos da história do cinema em Fortaleza. O acervo foi base para diversas pesquisas acadêmicas sobre assuntos ligados ao tema. Um deles é a recente tese de doutorado da socióloga Juliana Justa "Somos todxs estrelas pornô?: A produção de subjetividades-vitrine no Cine Majestick (Fortalaze/CE)". "Na função de jornalista (na qual atuou por mais de 50 anos) responsável por divulgar na mídia impressa os filmes que entrariam em cartaz e suas resenhas, fez questão de incluir os filmes pornográficos. Como era um profissional bastante prestigiado, convenceu aos seus superiores com o argumento de que os filmes explícitos também eram cinema de qualidade", escreveu, sobre Wilson, a pesquisadora na tese.
A rica trajetória do crítico foi o foco central do curta-metragem "Cinemeiro", dirigido por Gabriel Petter. O filme de 20 minutos, lançado em 2016, dedica-se a contar um pouco das décadas de cinefilia de seu Wilson. "A sua história se confunde com a história da exibição cinematográfica", aponta a sinopse do curta, que está disponível no YouTube".
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